Cotidiano

15 mil atendimentos

Milhares de pessoas passaram na sexta-feira e no sábado pelos corredores da Unipar em Cascavel durante a quinta edição do projeto Justiça no Bairro, desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Paraná em parceria com a Prefeitura de Cascavel, Sesc (Serviço Social do Comércio) e estudantes das faculdades Unipar, Univel e FAG. Ao todo foram mais de 15 mil atendimentos que variaram desde agendamento e perícia do seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres), divórcios consensuais, testes de DNA para detectar a paternidade, registros de nascimento, entre outros.

Uma das pessoas que levantou cedo no sábado para procurar atendimento foi a auxiliar de produção, Luciana Santana. Ela foi pegar senha para a irmã, que buscava conseguir a guarda da nora. “Meu sobrinho e a namorada dele querem casar. Como a menina é menor e ele também e para evitar problemas posteriores, ela resolveu solicitar a guarda”.

Segundo Luciana, o projeto é extremamente importante para a população. “Não sei quanto ela iria gastar caso fosse procurar atendimento particular, mas só para saber do caso um advogado já cobra pelo menos um salário mínimo”.

4º ano

De acordo com a assistente social da Secretaria de Assistência Social de Cascavel, Poliana Luther, este foi o quarto ano em que o projeto foi desenvolvido na cidade, o terceiro consecutivo. “Qualquer pessoa com renda de até três salários mínimos podiam participar dos atendimentos. São serviços que, por mais que o custo seja baixo, as pessoas não terão esta despesa. O único atendimento que é cobrado são os testes de DNA. Mesmo assim o custo é abaixo do que é cobrado em laboratórios particular, R$ 220 e ainda pode ser parcelado”.

Conforme Poliana, um atendimento prestado no ano passado teve desdobramento na sexta-feira. “Em 2016 uma mulher veio até o Justiça no Bairro para confeccionar o seu registro de nascimento. Ela tinha quatro filhos e este ano ela trouxe as crianças, a maior delas com 13 anos para fazer o mesmo. Muitas pessoas podem pensar que é falta de interesse, mas temos vários casos daqueles que moram no interior, que não possuem condições financeiras, e tantos outros empecilhos e que, com esse projeto conseguem regularizar a sua situação”.

Separação

O soldador José Luiz Rodrigues também procurou atendimento. Ele está separado há três anos e a falta de dinheiro fez com que, até sábado, no papel ele permanecesse casado. “Mesmo não tendo bens, os dois querendo se separar, iríamos gastar no mínimo R$ 1 mil. Desta forma aproveitamos e resolvemos tudo de forma rápida e sem precisar desembolsar nenhum centavo”.