Política

“Paladinos” da moralidade

‘Paladino’ significa um cavaleiro errante da Idade Média, que buscava façanhas que comprovassem o valor e a correção. Foi com esse substantivo que algumas pessoas na plateia da Câmara – e até nos bastidores, intitularam os vereadores de Cascavel.

Isso porque os vereadores fizeram uma moção – mais uma – e aprovaram, repudiando a exposição realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo, que na interpretação de muitos incita a pornografia e a pedofilia, considerando que um homem nu foi colocado para ser tocado por crianças durante a exposição.

Tá certo que a maioria do ‘pessoal’ mostrou ser contra a exposição, mas a grande dúvida que ficou é o que uma moção de Cascavel vai interferir para um Museu de São Paulo, ou para um assunto de repercussão nacional. E também o grande esforço dos legisladores em ‘julgar’.

Autor

Apesar das manifestações contra e a favor no tititi, o autor da moção, Misael Júnior, defendeu que o legislativo precisa lutar contra esse tipo de incitação contra a instituição ‘família’. “Estamos percebendo uma união de todos que entendem que a família tradicional precisa ser respeitada. Não aceitamos que tentem tirar a inocência das nossas crianças”, ressalta.

“Apenas quem defende esse tipo de atitude, pelo que vemos, são os próprios artistas de uma grande rede de televisão que ganham milhares de reais por mês, que não pagam impostos. Mas percebemos que em todo o País as pessoas estão até deixando de assistir as telenovelas dessa rede porque ferem a moral”, complementa.

Único contra

O único vereador que não assinou a moção e ainda votou contra mas, dessa vez, sem discurso, foi Paulo Porto. “Respeito a opinião dos vereadores. Porém, temos assuntos locais que incomodam muito mais do que uma exposição em São Paulo, e eu não vemos os vereadores aqui se preocupando”, lamenta.