Cotidiano

“Não sou herói”. Líder da equipe que resgatou 12 meninos na Tailândia visita Corpo de Bombeiros da Itaipu

O comandante Arpakorn Yuukongkaew é convidado do 18º Seminário Nacional de Bombeiros, em Foz do Iguaçu. Equipe de Bombeiros da Itaipu tem experiência de resgate em espaço confinado.

Em junho deste ano, um emocionante resgate em uma caverna tailandesa deixou o mundo apreensivo: após duas semanas de aflição, 12 garotos e um jovem professor de futebol foram socorridos em uma operação liderada pelo comandante da elite da Marinha Real Tailandesa, o contra-almirante Arpakorn Yuukongkaew. O militar, no entanto, não gosta do rótulo de “herói”.

“Não sou herói! Foi um trabalho conjunto e não posso centrar em mim o resultado da operação”, disse Arpakorn nesta sexta-feira (23), quando foi recebido pelo Corpo de Bombeiros da Itaipu em uma visita de cortesia. “Muitas pessoas trabalharam naquele resgate com muita coragem. Trabalharam com o coração”, concluiu.

O comandante participou do encerramento da 18ª edição do Seminário Nacional de Bombeiros (Senabom 2018), que reuniu cerca de 3 mil bombeiros de todo o País em Foz do Iguaçu, nos três últimos dias. A comitiva tailandesa fez uma visita técnica à usina que incluiu a recepção na Central da Brigada de Emergência, na área industrial de Itaipu. “Nunca vi uma barragem tão grande”, afirmou Arpakorn, no início do passeio.

A visita começou com a exibição do vídeo institucional, no Centro de Recepção dos Visitantes. O grupo fez questão de visitar o Bosque dos Visitantes para ver a árvore plantada pelo então príncipe (hoje rei) tailandês, Maha Vajiralongkorn, em 1993, e pela princesa tailandesa Chulabhorn, em 1992.

O coordenador paraguaio da Equipe de Bombeiros de Itaipu, Juan Manuel Acosta, mostrou como eles atuam na empresa. São 23 bombeiros brasileiros e 25 paraguaios que se revezam em turno, estando de prontidão 24 horas por dia. Segundo o bombeiro Edson Vidal, os profissionais da Itaipu passam por mais de 20 tipos de simulados de resgate.

“Uma de nossas atuações é o resgate em espaço confinado, seguindo a NR [Norma Regulamentadora] 33”, explica Vidal. “Dentro da usina há vários locais de trabalho confinado, como a cota 20 e a cota 40. Qualquer autorização de trabalho para um local destes deve constar o acompanhamento de um bombeiro”, conclui.

Resgate na Tâilandia

Era 23 de junho, quando um grupo de 12 garotos mais o técnico de futebol do time infantil Javalis Selvagens foram explorar o interior da caverna Tham Luang, na província de Chiang Rai, norte da Tailândia. Uma tromba d’água naquele mês chuvoso acabou prendendo o grupo por duas semanas dentro da caverna.

O resgate contou com a ajuda de dezenas de bombeiros, mergulhadores, militares e voluntários da Tailândia e de vários outros países. Eles passaram dez dias no escuro até serem encontrados pelo primeiro mergulhador. Muitas ideias de resgate foram feitas neste período até que, no dia 7 de julho, eles decidiram trazer a nado os meninos para fora da caverna. A operação durou três dias, até que o último menino foi resgatado.

A BBC Brasil fez um especial contando toda a história do emocionante resgate. Confira neste link: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-44827229

A Itaipu

Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,5 bilhões de MWh. Em 2016, a usina brasileira e paraguaia retomou o recorde mundial anual de geração de energia, com a marca de 103.098.366 MWh. Em 2017, a hidrelétrica foi responsável pelo abastecimento de 15% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 86,4% do Paraguai.