Cotidiano

“Não façam horas extras”, pede sindicato

 

Reportagem: Marina Kessler

Foto: Divulgação

Uma publicação na página oficial do Sismuvel (Sindicato dos Servidores e Funcionários Públicos do Município de Cascavel) faz um pedido inusitado aos servidores. No texto, o apelo é para que os funcionários “não façam horas extras no mês de julho”, contrariando o ofício circular 016/2018, da Secretaria de Planejamento e Gestão, entregue nesta semana.

De acordo com o presidente do Sismuvel, Ricieri D’Estefani Junior, o documento expõe a falta de recursos para o pagamento integral das horas extras a serem feitas neste mês, assim como as já realizadas em meses anteriores, que foram incluídas ao banco de horas. A proposta do Município, segundo Junior, é compensar as horas extras em folgas, conforme estabelecido antecipadamente pelo trabalhador.

“O que acontece, no entanto, é que além de não pagarem, o servidor nunca consegue tirar esta folga que consta no banco de horas. Toda vez que alguém pede a compensação, a prefeitura nega. Só liberam quando tem jogo da Copa [do Mundo] ou em feriados prolongados, às vezes até contrariando a vontade do servidor”, explica.

Na publicação do sindicato, servidores se manifestaram favoráveis ao pedido. Vários deles comentaram que as horas extras nunca foram pagas, e sim, encaminhadas diretamente ao banco de horas.

Legenda: O presidente do Sismuvel, Ricieri D’Estefani Junior

(11local ricieri)

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Orientação

A orientação do sindicato é de que os servidores municipais não façam nenhuma hora extra, já que há casos em que o banco de horas já ultrapassa 500 horas. O próprio presidente do Sismuvel afirma ter horas a compensar desde 2003. “O servidor não é obrigado a fazer horas extras, somente cumprir sua jornada de trabalho. A qualquer sinal de abuso o sindicato deve ser acionado”, diz.

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Não retornou

A Prefeitura de Cascavel foi procurada para prestar esclarecimentos sobre a postura do sindicato, porém, não houve retorno.