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Wagner Domingos disputa final do lançamento de martelo nesta sexta-feira

O atletismo brasileiro prometia ser o patinho feio da Olimpíada. O único grande nome era Fabiana Murer no salto com vara, mas seu histórico nas últimas edições do megaevento deixavam a desejar. Aos poucos, este cenário foi mudando com o ouro de Thiago Braz, no salto com vara, na segunda-feira. Links atletismo

No dia seguinte, o pernambucano Wagner Domingos avançou para a final do lançamento de martelo, que será disputada nesta sexta-feira, às 21h05m, com a nona melhor marca. E, nesta quinta-feira, foi a vez do catarinense Darlan Romani, de 25 anos, avançar para a final do arremesso de peso, algo que não acontecia há 88 anos com um brasileiro na prova masculina.

Darlan não foi ao pódio, mas terminou a competição em um honroso quinto lugar, com 21,02m, novo recorde brasileiro. O vencedor foi o americano Ryan Crouser (22,52m, recorde olímpico), seguido por seu compatriota Joe Kovacs (21,78m). O neozelandês Tomas Walsh completou o pódio (21,36m). A presença de Darlan nos Jogos do Rio, por si só, já marcava o fim do jejum de 88 anos.

De acordo com a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), o país não tinha um representante na prova desde Berlim-1936, quando Antônio Pereira Lira não passou da fase qualificatória. Entre as mulheres, a situação é diferente. Geisa Arcanjo foi à final olímpica em Londres-2012 e terminou em nono lugar no Rio-2016.

PÚBLICO RESPEITA ADVERSÁRIOS

A evolução, tanto de Geisa quanto de Darlan, tem um toque caribenho. Os dois treinam em São Caetano do Sul com o cubano Justo Navarro. Ambos, através de Navarro, conseguiram dar uma visibilidade importante à modalidade neste megaevento. Para se ter uma ideia, o perfil de Darlan no site Wikipedia não oferece a versão em português, aparece apenas em inglês, norueguês, polonês e francês.

Na fase qualificatória, que foi disputada na manhã de ontem, Darlan garantiu sua vaga na final logo em seu primeiro arremesso e não precisou dos outros dois a que tinha direito, pois já havia atingido a marca mínima para ir à final. Ele fez 20,94m, pulverizando em quatro centímetros o então recorde brasileiro, que também lhe pertencia. E sua evolução não parou por aí: ele estabeleceu novo recorde nacional em sua primeira tentativa na final ao fazer 21,02m, que lhe garantiu o quinto lugar.

Chamou muito a atenção em sua final o comportamento da torcida. Diferentemente do que aconteceu na decisão do salto com vara, entre o francês Renaud Lavillenie e o brasileiro Thiago Braz, o público não vaiou os adversários de Darlan. Pelo contrário, soube reconhecer com salvas de palmas um desempenho bom. Verdade que na primeira vez que um estrangeiro foi arremessar depois de Darlan, o público ensaiou uma vaia tímida, que foi totalmente encoberta pelas palmas. Depois disso, parecia que a lição havia sido aprendida, e não houve mais vaias.

Todas as medalhas do Brasil na Rio-2016

Houve apenas muito incentivo ao brasileiro, que não conseguiu ir tão bem nos outros dois arremessos na primeira parte da final. Depois de ter quebrado o recorde brasileiro duas vezes no dia, Darlan arremessou 20,60m e 20,26m, suficiente para avançar à segunda metade da final em quinto lugar . Na prova decisiva olímpica, 12 atletas avançam à final. Após os três arremessos, os oito primeiros ganham o direito de fazer mais três para definir o pódio, enquanto os quatro últimos são eliminados.

A disputa na segunda metade na final foi acirrada. O americano Ryan Crouser arremessou 22,52m, estabelecendo novo recorde olímpico, e foi ovacionado pelo público enquanto colocava os dois braços para o alto para comemorar. Darlan até teve uma evolução na segunda metade da final. Depois de ter feito 20,60m e 20,36m nas duas últimas tentativas da primeira metade, ele acertou um 20,61m em seu penúltimo arremesso.