RIO – O técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, Bernardinho, não
quer se abalar. Mas, antes mesmo da Olimpíada começar, ele perdeu o meio de rede
Maurício Souza, que machucou a região posterior da coxa esquerda e só deve estar
apto para jogar na quarta partida da competição. Como se não bastasse, Lucão,
também meio de rede, sentiu o joelho na partida deste domingo, quando o Brasil
sofreu para derrotar o rival mais fácil da chave. Perdeu o primeiro set e venceu
por 3 a 1 (23/25, 25/19, 25/14 e 25/18).
Bernardinho, que criticou o saque e o bloqueio do Brasil principalmente no
primeiro set, disse que Lucão fará exames para ver a extensão do problema. Com
isso, o Brasil só tem um central em plenas condições físicas, Éder. Maurício
Souza seria cortado da seleção, mas Sidão, chamado às pressas, não aceitou
retornar ao time (ele havia sido cortado em junho).
? Não gostaria que fosse assim, mas drama zero. Não vai me ver chorando nem
dar desculpa. Temos a obrigação de fazer o nosso melhor aqui ? declarou o
treinador, que admitiu improviso no próximo jogo, na terça-feira, contra o
Canadá. ? Não é simples, mas já sei qual seria a opção. Com calma vamos pensar
no que fazer.
Bernardinho lembrou que em várias outras edições de Jogos Olímpicos teve
atletas machucados e que tem de trabalhar com o time que está à disposição.
– Nunca foi fácil. Não tem uma Olimpíada que eu não tenha passado sem uma
contusão no elenco Em 1996, perdi a Hilma, no
segundo jogo, contra Cuba, e quase perdi a Ana Moser que teve uma contusão no joelho nesse mesmo
ano. Em 2000, tive Fofão e Virna em
condições bastante difíceis. Fofão não jogou na estreia por causa do tendão de
Aquiles. Em 2004, perdi o Nalbert e teve
Rodrigão nesse mesmo ano quase fora. Em 2008, perdi o Anderson antes da final
com torção de tornozelo, e em 2012, Giba teve fratura por estresse, e Vissoto sentiu na quartas-de-final e ficou fora.
Depois sentiu o joelho na final – enumera o treinador. – Preciso trabalhar com
as armas que tenho. Não exite drama, dificuldades sim. Não adianta ficar “Ai meu
Deus…” Vamos buscar uma solução.
Ele disse que se não puder contar com dois centrais vou improvisar.
– E vamos para dentro, não tem dessa. Não vou me lamentar. É do jogo. Pode
acontecer com qualquer um e infelizmente aconteceu com a gente. Espero
recuperá-los, o time está aí, os outros estão bem. Eu particularmente gostaria
que todos estivessem melhores. A competição ainda é longa, no nosso grupo haverá
muito perde e ganha e espero cada dia poder colocar uma equipe em quadra.
Sobre a atuação instável na estreia, ele disse que o Brasil foi mal no
bloqueio e saque. E que foi difícil se ajustar ao México porque o Brasil nunca
havia jogado contra esta equipe.
– Nunca jogamos contra eles e até nos adaptarmos, conseguimos fazer alguns
bloqueios durante a partida. Mas no primeiro set não conseguimos nos ajustar
Bloqueio é algo que se precisa fazer com lucidez. Pessoas muito emocionais, em
geral, não são bons bloqueadores e a tensão ali fez com que o nosso bloqueio
fosse ineficiente – analisou o técnico. – Hoje era a estreia mas era uma final.
Porque se perde, poderia condicionar toda uma trajetória. E contra o Canadá será
mais uma final. Tem menos tradição, mas não é menos forte do que as equipes que
estão aqui.