RIO ? Após um início decepcionante, o tão sonhado ouro no judô chegou com a
vitória de Rafaela Silva. Foi a estreia do Brasil no lugar mais alto do pódio,
que coroou a atleta, oriunda da Cidade de Deus, eliminada na segunda rodada da
Olimpíada de Londres, em 2012, após um golpe ilegal. Na ginástica artística e no tênis de mesa, a ausência de medalhas deu lugar à satisfação pelas conquista das melhores marcas ha história nacional. Já na vela, Robert Scheidt começou mal, mas se recuperou e segue na briga.
A REDENÇÃO DE RAFAELA
O sofrimento com a eliminação precoce em Londres, que quase encerrou a
carreira após a última Olimpíada, foi transformada em dedicação extra pela
judoca carioca.
? Todo mundo sabe que eu não gosto muito de treinar, mas ninguém treinou mais
do que eu neste ciclo (olímpico) ? afirmou Rafaela, ainda emocionada com a
vitória.
A judoca derrotou a alemã Miryam Roper e a sul-coreana Kim Jan-di, antes
de reencontrar a húngara Hedvig Karakas, adversária na polêmica luta que
interrompeu sua passagem pelos jogos de Londres. Classificada para a semifinal,
ainda teve uma luta duríssima contra a romena Corina Caprioriu, antes de conquistar o ouro contra a
mongol Dorjsürengiin Sumiyaa. A portuguesa Telma Monteiro e a japonesa
Kaori Matsumoto
ficaram com as medalhas de bronze. ‘Rafaela teve atitude de campeã desde o começo’, diz bicampeão mundial João Derly
? A Rafa evoluiu muito. Ela treinou duro em todo esse ciclo olímpico.
Melhorou na pegada. Pode rever as lutas. Ela pegava, e a adversária não
conseguia entrar com nenhum golpe ? afirmou o treinador da seleção, Luiz Shinohara. ? Ela merece demais essa medalha.
Na competição masculina, a sorte brasileira não foi a mesma. Alex Pombo foi
eliminado logo em sua primeira luta, após ser derrotado pelo chinês Sai Yinjirigala. O ouro ficou com o japonês Shohei Ono, e a prata com o azeri Rustam Orujov. As medalhas de bronze foram para o
georgiano Lasha Shavdatuashvili, e para o belga
Dirk Van Tichelt.
SCHEIDT COMEÇA MAL, MAS SE RECUPERA
Bicampeão olímpico, o brasileiro Robert Scheidt deu um susto na plateia ao terminar a
primeira regata da classe Laser na 23ª posição. Na prova seguinte, no entanto,
Scheidt se manteve na ponta,
terminando no primeiro lugar. No somatório o brasileiro ocupa a 7ª posição com
24 pontos. Até a nona regata, os velejadores podem descartar o pior resultado. A
décima, chamada de “regata das medalhas”, reúne apenas os dez melhores atletas
da competição e vale o dobro de pontos.
? Foram provas bem técnicas. Parte do percurso estava muito encostado em
Niterói e os morros influenciaram os ventos. ? explicou Scheidt. ? Na segunda regata consegui largar
melhor, ficar junto dos adversários, e ter uma ligeira vantagem na primeira
boia.
No RS:X, a prancha a vela, Patrícia Freitas está em sexto, com 10 pontos, e
Ricardo Santos, o Bimba, está em sétimo, com 13. Já estão descontados os piores
resultados de cada um. Já no Laser Radial, a brasileira Fernanda Decnop ocupa a 13ª posição no ranking geral, com 33
pontos.
GINÁSTICA BRASILEIRA FAZ HISTÓRIA
A medalha não veio, mas o sexto lugar já é uma marco na História da ginástica
artística, que pela primeira vez levou sua equipe masculina para uma final
olímpica.
Arthur Zanetti vai lutar pelo bicampeonato nas argolas. No
individual geral, Sérgio Sasaki e Arthur Nory estão
classificados para a decisão. Nory e Diego
Hypolito vão disputar ainda a
final no solo. Já Francisco Barreto se classificou para a final da barra
fixa. O Brasil na final da ginástica masculina por equipes
Na competição, o ouro ficou com a equipe japonesa. A acirrada disputa pela
prata, a Rússia superou a equipe da China, que ficou com o bronze. A final da ginástica masculina por equipes
Entre as mulheres, que obtiveram o quinto lugar na final por equipes, Flávia
Saraiva, Rebeca Andrade também disputarão finais individuais.
BRASILEIRA NAS OITAVAS DE FINAL
O Brasil também fez história no tiro com arco. Ane Marcelle dos
Santos chegou às oitavas de final da competição individual, um feito inédito
para atletas brasileiros.
A competição feminina de tiro com arco acontece até quinta-feira. A liderança
até agora é de um trio de sul-coreanas. Choi Mi-sun, Chang Hye-jin e Ki Bo-bae, ouro
em Londres, ocupam as três primeiras posições.
DECEPÇÃO NA CANOAGEM
A canoagem slalom brasileira sofreu um baque inesperado nesta segunda-feira,
no Parque Radical de Deodoro. Considerada esperança de medalha, Ana Sátila foi eliminada na prova do K-1, terminando em
17º lugar e perdendo a vaga nas semifinais.
? Foi minha culpa, meu erro. Eu tinha uma expectativa muito grande e meus
resultados mostravam que eu podia ir bem. Depois do erro, quero voltar mais
forte ? afirmou Ana. ? Eu estava concentrada. Estou muito triste, mas para mim
foi uma experiência muito grande e importante. [Link não reconhecido]
BOXEADOR DA NAMÍBIA É ACUSADO DE ESTUPRO
A Olimpíada teve um novo caso de tentativa de estupro envolvendo boxeadores.
Detido no domingo, Jonas Junius, de 22
anos, teve a prisão preventiva decretada pela juíza Rose Marie Pimentel Martins,
do Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos do TJRJ.
Uma camareira que limpava um quarto vizinho ao que o atleta estava hospedado
na Vila dos Atletas, afirmou que Jonas Jonas a agarrou por trás, lhe deu um
beijo no pescoço e, em seguida, tentou beijá-la na boca, antes de fazer gestos
obcenos, oferecendo dinheiro para
que ela fizesse sexo com ele. A vítima gritou e atraiu a atenção de agentes da
Força Nacional, que prenderam o boxeador.
Na sexta-feira, o boxeador marroquino Hassan Saada, de 22
anos, foi
preso acusado de estupro contra duas camareiras que limpavam seu quarto na Vila
Olímpica. Saada está detido em Bangu.
No ringue, o paulista Juan Nogueira
foi derrotado pelo russo Evgeny Tishchenko por decisão unânime dos juízes, e está
fora da Olimpíada.
? Sendo sincero, foi justo. Ele foi melhor do que eu. Não tenho que contestar
o resultado ? afirmou Juan.
CALDERANO DÁ ADEUS AOS JOGOS
Apesar do forte começo e do apoio da torcida, o mesatenista Hugo Calderano não conseguiu superar o japonês Jun Mizutani, número 6 do ranking mundial. Ainda assim, o discurso do brasileiro no Riocentro, era de vitória.
? É muita emoção estar jogando essa Olimpíada aqui em casa, com todo mundo torcendo muito. O tênis de mesa não é um esporte popular. Pode ter sido uma derrota nesse jogo, mas foi uma vitória para o tênis de mesa brasileiro ? disse Calderano, que igualou a marca de Hugo Hoyama em jogos olímpicos. ? Espero que as pessoas comecem a me ver como ídolo para a garotada começar a jogar tênis de mesa.