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Universidad Católica trata Flamengo como 'prova de fogo' e pensa em anular estrelas

Uma “prova de fogo” no Chile. Poderia ser a avaliação do Flamengo sobre sua primeira partida fora de casa nesta Libertadores, na noite desta quarta-feira. A verdade, no entanto, é que a Universidad Católica trata o jogo contra o time carioca, em sua própria casa, como um desafio de grandes proporções.

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A Católica arrancou um empate com o Atlético-PR na Arena da Baixada, por 2 a 2, na última semana. Depois, goleou o Antofagasta por 4 a 1 pelo campeonato nacional. Os resultados recentes animaram o time dirigido por Mario Salas, campeão do Apertura chileno no fim de 2016, mas que vinha de má campanha no Clausura deste ano. O Flamengo, no entanto, é visto como “prova de fogo” pela Católica por ser “um dos elencos mais duros do grupo”, segundo o jornal “El Mercurio”.

A escalação contra o Flamengo será praticamente a mesma que enfrentou o Atlético-PR, com uma mudança na zaga: Maripán, expulso contra o time paranaense, dá lugar a Kusevic. O substituto, segundo analistas ouvidos pelo “El Mercurio”, deverá ter a tarefa de acompanhar o peruano Paolo Guerrero de perto.

– Kusevic deveria se encarregar de marcá-lo mais do que Lanaro – avaliou René Valenzuela, campeão nacional com a Católica em 1984, referindo-se à dupla de zaga em entrevista ao “El Mercurio”.

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O time chileno costuma atuar desde a última temporada no esquema 4-2-3-1. Trata-se de um esquema similar ao que o Flamengo dirigido por Zé Ricardo costuma adotar. A ideia da Católica, segundo o “El Mercurio”, é travar uma batalha tática para não dar espaços ao Flamengo e anular Guerrero e o meia Diego, tratados pela imprensa chilena como as estrelas do time rubro-negro.

No experiente meio-campo da Católica, a jovem exceção é Fuentes, de 23 anos,. Ele forma a dupla de volantes com o experiente Enzo Kalinski, de 30, que estava no elenco do San Lorenzo campeão da Libertadores em 2014. À frente, o trio de meio-campistas esbanja bagagem. Pelo lado jogam Fuenzalida, convocado de forma recorrente para a seleção chilena, e Ricardo Noir, que já atuou por clubes como Boca Jrs e Newell’s Old Boys.

O principal responsável pela articulação das jogadas é Diego Buananotte, que travará um duelo particular de “Diegos” com seu xará do Flamengo. Aos 28 anos, Buananotte foi revelado pelo River Plate, já foi medalhista de ouro olímpico, rodou pelo futebol europeu e superou um grave acidente de carro. Cabe a ele municiar o atacante Santiago Silva, de 36 anos, única contratação da Católica para 2017 (estava no Banfield-ARG).

FIM DA SECA DE GOLS

Silva estava na mira dos torcedores da Católica e da imprensa chilena pela seca de gols no início deste ano. Contra o Atlético-PR, ele foi substituído aos 39 do segundo tempo e o time chileno, que perdia por 2 a 0, descontou no minuto seguinte em jogada com a participação de Roberto Gutiérrez, que havia entrado em seu lugar.

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O centroavante, no entanto, parece ter reencontrado o caminho dos gols: no sábado, contra o Antofagasta, balançou as redes duas vezes (uma de pênalti) e foi o destaque da goleada por 4 a 1. Foram os primeiros gols de Silva pela Católica. O diário esportivo “La Tercera” descreveu a partida como “a volta do Super Tanque”, em referência ao apelido de Silva nos tempos de Boca Jrs.

Quando atuava pelo clube argentino, Silva já foi carrasco de um clube brasileiro: ele marcou o gol que eliminou o Fluminense nas quartas de final da Libertadores de 2012, em pleno Engenhão. Na comemoração, com requintes de crueldade, ainda fez um carinho jocoso na cabeça de Thiago Neves. Para os chilenos, a esperança de sucesso na noite desta quarta-feira contra o Flamengo é que Silva reviva seus dias de “Tanque” contra um time brasileiro.

PROVÁVEL ESCALAÇÃO: UNIVERSIDAD CATÓLICA

Toselli, Espinoza, Kuscevic, Lanaro e Parot; Kalinski e Fuentes; Fuenzalida, Buananotte e Noir; Santiago Silva. Treinador: Mario Salas.