Esportes

Uma das maiores estrelas da São Silvestre vive hoje em Cascavel

Cascavel – Tradicional prova do atletismo internacional, a Corrida de São Silvestre chega à sua 92ª edição neste ano com a largada para os desafiantes 15 quilômetros do percurso marcada para as 8h40 deste sábado (31).

Para Adriana de Souza, que mais uma vez verá o evento pela televisão, será outra oportunidade para relembrar a época em que chegou a ser a melhor brasileira na disputa. Foram três pódios consecutivos para a corredora, que só não passa despercebida em meio aos outros participantes das corridas realizadas atualmente em Cascavel e região por conta desses resultados.

Em seu histórico de conquistas na São Silvestre, Adriana, hoje com 43 anos, tem dois quartos lugares nas edições de 2000 e 2001 e um vice-campeonato em 2002, todos pela categoria elite. “Minha primeira participação foi em 1991, aos 18 anos de idade. Na época eu morava em Paraguaçu Paulista [SP] e venci uma seletiva na cidade de Assis [SP], que dava a inscrição e a chance de largar no pelotão de elite. No ano seguinte fui terceira colocada na categoria Juvenil. No total, foram dez participações na São Silvestre e me sinto privilegiada, pois desde a primeira vez que corri sempre larguei na elite”, conta ela, que teve de lidar com muitas lesões ao longo de três décadas competindo em alto nível.

 “É uma rotina desgastante de treinos e corridas durante todo o ano e para fechar o calendário tem a São Silvestre, na qual às vezes o atleta já chega cansado. Para muitas pessoas essa prova é comemorativa, para agradecer pelo ano e chamar uma boa temporada no ano seguinte, mas os corredores profissionais precisam se destacar e alcançar resultados cada vez melhores, numa luta contra o relógio mesmo. São objetivos diferentes para atletas amadores e profissionais. Para uns é festa e para outros é vencer ou vencer. Hoje corro sem me importar com o tempo que irei fazer, apenas focada em terminar a prova, não importa a distância”, explica Adriana, que mora em Cascavel há dois anos.

Aliás, foi na Capital do Oeste do Paraná que ela se preparou para seu primeiro pódio na São Silvestre. “Em 1999 treinei quase um ano aqui, antes de ir para Maringá, e sempre quis voltar para morar”, relembra.

Adriana tem até corrida em sua homenagem

Paranaense de Ibiporã, Adriana de Souza deixou sua cidade natal famosa por citá-la em milhares de entrevistas na época em que reinava como número 1 do País na São Silvestre. Por conta disso, o município a homenageia anualmente realizando a Prova Rústica Adriana de Souza, que em 2016 chegou à 16ª edição com recorde de participantes. Foram quase 1.400 competidores, entre eles um time de quenianos que roubou a cena no pódio.

“Fico feliz por isso, em ver tantas pessoas praticando o esporte. A cidade é pequena, mas chegou a ter uma equipe com até 60 atletas para treinar e participar de competições logo que comecei a me destacar na São Silvestre. Há também pessoas que já se aposentaram e correm para se manter ativas, para fazer novas amizades e até para evitar cair em depressão”, conta Adriana sobre o seu legado particular.

A galeria de conquistas da corredora paranaense também guarda outras relíquias de corridas memoráveis, como três troféus de campeã brasileira de cross country, dois troféus de quarto lugar da Volta Internacional da Pampulha, um de terceiro lugar no Troféu Brasil e um de quarto lugar na Maratona Internacional de São Paulo.

Adriana também deixou seu nome inscrito na seleção brasileira. Com o uniforme da equipe do País, ela foi bicampeã sul-americana de cross country (em Santa Cruz-BOL e Cartagena-COL) e disputou três Mundiais (Marrakech-MAR, Hosten-BEL e Vilamoura-POR) da modalidade. Já com a equipe de revezamento ela correu o Mundial em Seul, na Coreia do Sul.