RIO – Além dos exercícios físicos e dos treinamentos específicos de cada modalidade, muitos atletas têm procurado técnicas alternativas para melhorar sua performance nos jogos olímpicos do Rio-2016. Melhorar a coordenação, a concentração e o entrosamento, são alguns dos objetivos das equipes que buscam treinamentos como a ioga, a equoterapia e até mesmo o estímulo cerebral.
A exemplo da equipe brasileira do revezamento 4x100m masculino, que usou exercícios com cavalos, a equoterapia, para aumentar a integração e o entrosamento entre os atletas, a equipe feminina de polo aquático da Espanha e atletas de atletismo de países como Estados Unidos, Serra Leoa e Trinidad e Tobago também saíram da sua zona de conforto para se aperfeiçoar através de outras técnicas.
Uma dessas técnicas é o estímulo cerebral, tecnologia desenvolvida pela empresa Halo Neurociência, e mais procurada por atletas do atletismo. Segundo o portal Technology Review, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), a tecnologia consiste em um fone de ouvido estilizado que parece e funciona mais ou menos como um fone normal, com a diferença de levar uma suave corrente elétrica para o córtex motor, a área do cérebro que coordena o movimento corporal.
Dan Chao, CEO da Halo, explicou que os dados da empresa mostram que se um atleta de elite utiliza a tecnologia enquanto treina, ele pode melhorar em algumas tarefas especificas, como a aceleração com que deixa o bloco de largada no atletismo. Os estudos sobre a eficácia da técnica ainda são insuficientes e os resultados ainda não são muito precisos.
? A escolha de focar no córtex motor é baseada no fato de as pesquisas mostrarem que essa é a área do corpo onde existe a maior quantidade de evidência a respeito do aperfeiçoamento promovido pela tecnologia ? explicou Chao.
A empresa está trabalhando com cinco atletas em preparação para o Rio-2016. Hafsatu Kamara, de Serra Leoa, Mikel Thomas, de Trinidad e Tobago e Mike Rodgers, Michael Tinsley e Natasha Hastings dos Estados Unidos. Os dois últimos são medalhistas olímpicos, tendo conquistado prata em Londres-2012 e ouro Pequim-2008, respectivamente.
Já a seleção espanhola de polo aquático feminina encontrou na ioga uma maneira de exercitar a concentração e relaxar de maneira mais eficiente após os treinos nas piscinas. Segundo o El País, o técnico da modalidade, Miki Oca, já era adepto da meditação através da ioga quando resolveu convidar uma instrutora para realizar sessões da técnica após os treinamentos.
? Estava convencido que faria bem as atletas. A instrutora trabalha com elas as posturas que ajudam a relaxar depois do esforço. Ela as ensina também a trabalhar a atenção plena, a consciência dos seus atos, da sua respiração, resumindo, elas aprendem a serem conscientes de si mesmas ? contou o técnico.
A atenção plena a que ele se refere é a prática que visa observar cuidadosa e claramente os acontecimentos que entram no campo de atenção de uma pessoa, de sensações a pensamentos.
? Conhecendo bem o seu corpo as atletas conseguem usá-lo melhor, e a mente é muito importante nesse processo ? garantiu Oca.