RIO – O coordenador técnico da equipe brasileira de vela, Torben Grael, criticou, nesta terça-feira, a rampa provisória da Marina da Glória que foi danificada por uma ressaca no fim de semana. Torben disse que a estrutura já estava atrapalhando os atletas antes mesmo de ser atingida por causa de sua inclinação. Na segunda, operários iniciaram o reparo. O Comitê Rio-2016 prometeu que a rampa estará pronta até sexta-feira, dia da cerimônia de abertura dos Jogos RampaMarina0108
? Espero que até lá a rampa já esteja resolvida e que não haja outra ressaca durante os Jogos ? afirmou Torben.
O problema com a rampa não chegou a prejudicar os treinos dos atletas, que utilizam para treinar uma rampa alternativa, de cimento, com a metade da largura. Por enquanto, nem todos os velejadores que vão competir na Olimpíada estão treinando na Marina. Segundo Torben, se só houver a rampa de cimento, poderá haver problemas durante a competição.
? Se você tiver uma condição que por algum motivo o vento demore a entrar e, quando entrar, todo mundo tiver que ir para a água ao mesmo tempo, vai dar confusão se não tiver a rampa, se só tiver a alternativa. A organização vai ter que levar em consideração o tempo que (cada velejador) vai levar para descer. Vai dificultar, vai ter um gargalo na rampa ? disse.
A rampa principal é uma instalação temporária construída para os Jogos e têm os anéis olímpicos estampados. Formada por uma estrutura metálica, ela sustenta um compensado naval. Embaixo, boias permitem que ela se movimente de acordo com a maré. Segundo o chefe da delegação brasileira, a ressaca da madruga de sábado destruiu a emenda que liga a parte que fica sobre o mar e a parte da terra.
De acordo com o engenheiro Luiz Carneiro, que construiu a rampa de cimento que vem sendo utilizada como alternativa, a ressaca deveria ter sido prevista no projeto da estrutura. Ele explica que o formato circular da Marina dá a falsa ideia de que o local está imune às ondulações fortes.
? Quem não conhece acaba se iludindo que a Marina está totalmente abrigada, protegida pela curva e pelas pedras, mas não está. A ressaca pode acontecer de novo. É comum no inverno. Não posso dizer o que falhou, mas se vê que depreciaram o poder da onda. A solução definitiva seria construir um enrocamento (proteção que utiliza pedras) na ponta ? diz Carneiro, que é diretor do Crea.