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Tóquio quer que Olimpíada 2020 seja referência em sustentabilidade

Tóquio – Cidade que carrega consigo a expectativa de mostrar para o mundo as mais inovadoras tecnologias na festividade de abertura dos Jogos Olímpicos de 2020, Tóquio se prepara para apresentar muito mais que isso. Com uso de energias renováveis no transporte, a construção da vila dos atletas com madeira reutilizada e a utilização de materiais descartados na fabricação das medalhas, a capital do Japão quer se tornar porta-bandeira da ecologia e da sustentabilidade.

Tanto o comitê organizador quanto o governo de Tóquio se esforçam na aplicação dos 3Rs (reduzir, reutilizar, reciclar), com o qual querem criar um legado do evento quanto ao meio ambiente.

O plano de sustentabilidade foi anunciado em junho – a dois anos dos Jogos – com a ideia de trabalhar em busca da emissão zero através do uso de energias renováveis e outras medidas, como a promoção de veículos de nova geração, como modelos elétricos ou de hidrogênio (o primeiro foi entregue em 2017), a instalação de painéis solares e outros sistemas geotérmicos nos centros de competição.

Tóquio 2020 também quer fazer um uso efetivo dos recursos hídricos, através de métodos como a utilização de água de chuva nos centros de competição, e lançou uma inovadora campanha para construir a Vila dos Atletas, com madeira procedente de 62 municípios do Japão e que será devolvida após o fim dos Jogos.

 

Medalhas recicladas

O comitê organizador da Tóquio 2020 quer que praticamente todos os objetos e bens usados durante o evento procedam da reciclagem, estratégia na qual se engloba um de seus projetos mais ambiciosos, a fabricação das medalhas olímpicas com metais reaproveitados. Até junho deste ano, as autoridades do país tinham recolhido aproximadamente 26,3 mil toneladas de pequenos dispositivos eletrônicos dos quais foram extraídos com sucesso o ouro e o bronze necessários para as 5 mil medalhas entregues nos torneios olímpicos. A reserva de prata, entretanto, ainda não é suficiente. Segundo números do Ministério do Meio Ambiente japonês, são necessários 40 quilos de ouro, 4,9 mil de prata e 3 mil de bronze.

 

Redução de gases

Com 60% das instalações para a competição já existentes, Tóquio 2020 terá redução de emissões de gases contaminantes, por haver menos necessidade das matérias-primas requeridas para a construção e para seu transporte. A ideia é reduzir cerca de 80 mil toneladas de dióxido de carbono, das 3 milhões de toneladas estimadas para os Jogos. Os Jogos Olímpicos da capital japonesa contarão com 43 sedes, sendo 25 existentes, oito novas e dez temporárias. Os organizadores publicarão em breve um relatório de sustentabilidade mais completo. Tóquio 2020, que ocorrerá de 24 de julho a 9 de agosto, quer, entre outras ideias, deixar um legado sustentável para a cidade que busca a recuperação de áreas verdes perdidas durante sua urbanização.