Organizadora do Rali Dakar, a francesa ASO anunciou às 14h30 (horário local) o cancelamento da parte final da especial que vinha sendo disputada ontem, entre Alula e Ha’il, na Arábia Saudita. A interrupção veio quando os competidores atingiram o check point (ponto de checagem de roteiro) número três, momento em que a corrida já tinha percorrido 377 km dos 447 previstos para o trecho em disputa hoje.
Segundo a ASO, os helicópteros de socorro e controle da imensa caravana, que conta com 455 veículos de corrida, não conseguiriam sobrevoar a região, onde ocorria uma tempestade naquele momento. “Confirmamos essa informação depois, nos dirigindo ao local do bivouac (acampamento). Pegamos uma chuva intensa, com visibilidade muito perigosa”, destacou o piloto brasileiro Lucas Moraes, que terminou em nono na categoria principal, dos carros, e novamente foi o melhor rookie da competição.
“Chegamos ao acampamento com a areia do deserto cheia de poças d’água. Um cenário bizarro”, completou o atleta brasileiro da Red Bull, que também conta com apoio da SpeedMax pneus. A corrida foi interrompida a cerca de 100km de Ha’il, local do acampamento desta noite para a caravana do Dakar.
O bom resultado foi comemorado por Moraes. “Ainda estou aprendendo como atacar as dunas e chegar entre os dez melhores do dia, ao lado de lendas do esporte, tem um significado muito grande para mim”, resumiu o jovem brasileiro. E o Brasil realmente teve um dia positivo. O navegador catarinense Gustavo Gugelmin, ao lado do piloto americano Austin Jones, venceu a especial do dia na categoria Protótipos Leves. Já na competição dos UTVs de série modificados para rali, a dupla Rodrigo Luppi e Mayel Justo terminou no segundo lugar. Logo atrás, em terceiro, chegou o piloto Cristiano Batista, que conta com a navegação do espanhol Fausto Mota.
Vencedores
Na categoria principal, que reúne 73 carros, a vitória coube à dupla francesa Guerlain Chicherit e Alex Winocq, que conduziram um Prodrive Hunter. Eles percorreram os 377km até a interrupção da prova em 3h22m57s. Entre as 125 motos, o primeiro colocado foi o australiano Daniel Sanders, com a espanhola GasGas 450 Rally Factory. O melhor entre os 56 caminhões inscritos foi o Iveco Powerstar do trio checo Martin Macik/Frantisek Tomasek/David Svanda. O primeiro entre os 19 quadriciclos foi conduzido pelo francês Alexandre Giroud, que pilotou um modelo Yamaha Raptor 700. Austin Jones e o brasileiro Gugelmin utilizaram um BRP Can-Am Maverick para vencer entre os 47 protótipos leves, enquanto os poloneses Marek Goczal/Maciej Marton competiram com um Can-Am Maverick XRS Turbo e chegaram em primeiro entre os 46 UTVs de produção.
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