Ano novo, vida nova. O manjado ditado se aplica perfeitamente ao 2017 de Sarah Menezes. No ano passado, poucos dias após a eliminação no Rio-2016 na repescagem da medalha de bronze, a judoca piauiense, de 26 anos, anunciou que subiria dos 48kg (onde foi campeã olímpica em Londres-2012) para os 52kg. A estreia no novo peso acontecerá nos dias 3 e 4 de fevereiro, no Aberto da Europa, na Bulgária – que servirá de preparação para o tradicional Grand Slam de Paris, no dia 11.
Sarah no momento está em Pindamonhangaba (SP), onde está treinando junto com toda a seleção (o Aberto da Europa masculino será na mesma data, mas em Portugal). Ela ainda aguarda o dia do voo para a Europa, que será na próxima semana, e só volta para o país depois do torneio em Paris. Ainda sem a data da passagem, Sarah tem apenas uma certeza neste momento.
– Está sendo muito mais fácil bater o peso da minha categoria. Meu peso normal é 54kg. Antes, eu tinha que emagrecer 6kg. Agora, são só 2kg. Então, não estou sofrendo muito – disse Sarah, completando. – Estava muito sofrido bater o peso nos últimos anos.
A questão do peso ficou evidente nos anos que antecederam o Rio-2016. Em conversas informais com a imprensa nos treinos da seleção, a comissão técnica chegou a relatar a dificuldade que era para Sarah chegar aos 48kg. Uma mudança de categoria antes do Rio-2016, entretanto, sempre foi descartada. Rosicleia Campos, treinadora da seleção feminina, sempre bateu forte de que Sarah deveria continuar na categoria que sagrou-se campeã olímpica.
Os resultados esportivos de Sarah no ciclo para o Rio-2016 deixaram a comissão técnica preocupada. O momento mais crítico foi entre 2014 e 2015. A judoca chegou a ser liberada do Pan de Toronto para fazer uma preparação para o Mundial, que aconteceria no mês seguinte. Apesar da atenção especial, Sarah foi eliminada logo na estreia do Mundial.
A situação começou a se inverter quando Sarah mudou-se para o Rio (fim de 2015). Longe de casa, ela passou a ser acompanhada de perto pelos profissionais da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) e a encontrar uma qualidade de treino tecnicamente muito superior ao que se deparava em Teresina. A mudança fez bem e Sarah ficou a uma luta de disputar sua segunda medalha olímpica. Após o megaevento, Sarah voltou a morar no Piauí.
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Embora a CBJ tenha sido contra a mudança de categoria antes do Rio-2016, foi a própria comissão técnica que optou pela subida de Sarah logo após o megaevento.
– Foram eles (comissão técnica)que decidiram que eu iria para os 52kg. Mas não é definitivo. Vou ver como me sinto neste primeiro ano e depois analiso se fico ou volto para os 48kg – disse Sarah.
Feliz de estar mais perto de seu peso ideal, Sarah ainda não tem do que reclamar da nova categoria. Ela sabe que espera adversárias mais forte, mas não tão rápidas quanto nos 48kg.
– Já enfrentei muitas lutadoras de 52kg em treinamentos de campo. Acho relativamente tranquilo, não sinto muito diferença no peso. Mas uma coisa é treinar, e outra é competir. Agora, nas competições, que vou realmente ver como me sinto nessa nova categoria – conta Sarah.
A principal concorrente nacional de Sarah nos 52kg é Érika Miranda, de 29 anos, que atualmente era o único nome forte do país nesta categoria, tendo medalhado em todos os mundiais do último ciclo olímpico. A subida de Sarah vai criar concorrência entre as duas.
