O ex-capitão da seleção inglesa Rio Ferdinand revelou, em um documentário da ?BBC?, detalhes de um drama pessoal após o falecimento da mulher, Rebecca Ellison, em 2015. No documentário, que será exibido na noite desta terça-feira, Ferdinand admite que teve dificuldades para se acostumar à ausência de Rebecca, vítima de um câncer de mama, além de se adaptar à ideia de ser pai solteiro.
O ex-jogador, que construiu a maior parte da carreira no Manchester United, revelou ainda que recorreu à bebida e listou sintomas de depressãp nos primeiros meses após a perda.
? Eu saía do quarto no meio da noite e bebia muito nos primeiros três ou quatro meses. No dia seguinte, eu acordava para levar as crianças à escola. Por isso é importante ter uma rede de pessoas ao seu redor. Depois disso, me tornei mais solidário com pessoas que passam por momentos obscuros ? afirmou.
O caso de Ferdinand, embora com características peculiares, não é isolado. Levantamento do FifPro, o sindicato mundial de futebolistas profissionais, aponta que mais de um terço (33%) dos jogadores em todo o mundo passam por depressão e problemas psicológicos. Os sintomas identificados em diversos países, tanto com atletas em atividade quanto em ex-jogadores, variam de ansiedade, problemas para dormir e consumo elevado de álcool.
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Ferdinand anunciou sua aposentadoria do futebol em maio de 2015, aos 36 anos, algumas semanas após o falecimento de Rebecca. Ele lembra, no documentário da ?BBC?, que a rotina de jogador profissional o deixou mal acostumo a tarefas domésticas. O ex-jogador revelou que foi um desafio cuidar sozinho dos filhos Lorenz e Tate, à época com nove e seis anos, e da filha Tia, que tinha quatro.
? Eu costumava acordar, me vestir, levá-los para a escola e depois ir treinar, e achava que estava fazendo a minha parte. Mas aquela era a parte fácil. Onde estão os sapatos deles? As roupas? ? ponderou o ex-jogador.
? No futebol, você não move um dedo até chegar ao campo para jogar. Tudo é feito para você. Então, por exemplo, quando eu tinha que sair de casa só tinha que pegar a minha mala, porque Rebecca já tinha arrumado. Ela costumava arrumar a cama das crianças de uma certa forma. Pensei: ?qualquer coisa que eu fizer não vai ser boa o bastante? ? disse Ferdinand.
