O clima é de Carnaval nos Jogos Paralímpicos. Com 170 mil visitantes só no fim de semana, o Parque Olímpico da Barra teve animação de sobra e recorde de público no Rio 2016, superando inclusive o dia mais cheio dos Jogos Olímpicos, que contou com aproximadamente 157 mil pessoas.
O esporte, claro, foi o grande atrativo do dia, com disputas no tênis em cadeira de rodas, natação, goalball e basquetebol em cadeira de rodas. Mas o Parque também oferece shows musicais, desfile de passistas de escolas de samba e a possibilidade de o público experimentar alguns dos esportes Paralímpicos.
Medalhas e recordes no atletismo
O domingo (11) foi de vitórias para o Brasil nas provas de velocidade do atletismo Paralímpico. O país conquistou mais duas medalhas: prata para Felipe Gomes, bronze para Teresinha de Jesus. Pela manhã, Petrúcio Ferreira e Yohansson Nascimento levam ouro e bronze nos 100m T47, respectivamente.
Leia mais:– Foi uma corrida muito equilibrada. Nós melhoramos muito, mas o norte-americano (David Brown) é um atleta muito forte e venceu. O time norte-americano é muito difícil de ser derrotado, mas nós mostramos que vamos lutar sempre – disse Felipe.
Um feito incrível foi registrado na prova dos 1.500m classe T12/13: os quatro primeiros colocados registraram um tempo melhor que o do campeão Olímpico da prova. O ouro Paralímpico foi do argelino Abdellatif Baka, que anotou 3min48s29 e bateu o recorde mundial.
Brasil fechou sábado com duas medalhas de bronze na natação
O Brasil conquistou duas medalhas de bronze na natação Paralímpica no sábado (10), na piscina do Estádio Aquático Olímpico. A primeira veio com o multimedalhista Daniel Dias nos 50m borboleta S5. A outra saiu foi conquistada por Matheus Rheine nos 400m livre S11.
– Estou satisfeito por saber que dei o meu máximo, mas eu queria um tempo melhor. Estou feliz por ganhar uma medalha, mas não estou feliz com meu tempo. Eu queria nadar melhor – disse Daniel após a prova.
Pratas no último dia do judô nos Jogos
A brasileira Alana Maldonado levou a prata na decisão da categoria até 70kg do judô, deixando o ouro nas mão da mexicana Lenia Alvarez. O Brasil fechou o último dia do esporte nos Jogos com outras duas pratas, obtidas pelo veterano Antônio Tenório, de 45 anos, na categoria até 100kg, e por Wilians Araújo na categoria acima de 100kg.
– Fiquei triste no fim da da luta, pois meu sonho era ganhar o ouro e foi para isso que eu vim. Mas não há como ficar chateada com uma prata na minha primeira participação nos Jogos, ainda mais dentro da minha casa. Estou muito feliz, foi fantástico – disse Alana.
Antônio Tenório ganha sexta medalha nos Jogos
Na categoria até 100kg do masculino, o veterano Antônio Tenório, de 45 anos, aumentou ainda mais sua história no paradesporto brasileiro. Principal nome do judô do país, o experiente lutador conquistou sua sexta medalha nos Jogos, a primeira de prata, após ser derrotado por ippon pelo sul-coreano Gwangeeun Choi.
– Minha prata me credencia para Tóquio 2020 – disse Tenório, que não pensa em aposentadoria.
Triatlo tem os primeiros medalhistas Paralímpicos da história
Atletas de Alemanha, Grã-Bretanha e Países Baixos conquistaram as primeiras três medalhas de ouro do triatlo na história dos Jogos Paralímpicos. A modalidade, que entrou para o programa no Rio 2016, teve as provas masculinas disputadas neste sábado (10), em Copacabana.
Na classe PT4, o alemão Martin Schulz, tricampeão mundial, teve que se superar depois de fechar os 750m de natação em quarto lugar. Para compensar, ele realizou o “os melhores 20km de ciclismo da carreira”, em suas próprias palavras. E depois ainda encarou duríssimos 5km de corrida. O vencedor terminou a prova 28 segundos à frente do canadense Stefan Daniel, medalhista de prata, enquanto o espanhol Jairo Ruiz ganhou o bronze.
Ouro e recorde mundial no atletismo
Pelas mãos de Claudiney Batista, o Brasil conquistou ouro no lançamento de disco da classe F56. O atleta, de 37 anos, ainda bateu o recorde Paralímpico da prova logo em seu segundo lançamento, com a marca de 45,33m. ?Cheguei muito perto em Londres 2012, mas agora foi incrível vencer na frente dos amigos, da família e da torcida brasileira. Estamos mostrando a garra do brasileiro e retribuindo o apoio e o investimento que recebemos com medalhas?, comentou o campeão.
Petrúcio quebra recorde nos 100m rasos
Petrúcio Ferreira, paraibano de 19 anos, bateu o recorde mundial nos 100m rasos da classe T47, batendo o tempo obtido pelo nigeriano Adeoye Ajibola em Barcelona 1992.
– Vim para dar o meu melhor e ir para a final. Mas quando entrei no estádio e vi um monte de gente gritando por mim, senti uma alegria nas pernas e elas correram sozinhas. Vou tentar quebrar o recorde novamente na final, mas o mais importante é o ouro – comentou Petrúcio.
Shirlene Coelho é bicampeã do lançamento de dardo
Porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura, Shirlene Coelho conquistou a medalha de ouro no lançamento de dardo classe F37, somando ao ouro de Londres 2012 e à prata de Pequim 2008.
– Eu não poderia estar mais feliz. Ganhar a medalha no Brasil, com a minha família no estádio, é incrível. Depois de ser a porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura e de ganhar essa medalha, garanto que esta é a melhor semana da minha vida- vibrou Shirlene após a prova.
Mais de 1,8 milhão de ingressos já foram vendidos para os Jogos Paralímpicos, dos 2,5 milhões disponíveis. É mais do que foi registrado em Pequim 2008, o que faz do Rio 2016 o segundo maior sucesso de público da história do evento. Londres 2012 está no topo da lista com 2,7 milhões de ingressos vendidos.