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Operação prende cinco suspeitos da morte de botafoguense no Engenhão

RIO – A Polícia Civil realiza, nesta quinta-feira, uma operação para cumprir oito mandados de prisão de suspeitos envolvidos na morte de um torcedor do Botafogo que ocorreu em fevereiro deste ano, além de 12 integrantes de uma torcida organizada acusados de outros crimes. A ação conta com a participação da Divisão de Homicídios – unidades da capital; Niterói, São Gonçalo e Itaboraí; e da Baixada Fluminense – e também da Coordenadoria de Operações Especiais (Core), em uma mobilização que envolve 130 policiais e seis delegados.

No total, cinco pessoas foram presas. Três suspeitos do homicídio de Diego seguem foragidos, incluindo o presidente e o vice da Torcida Jovem do Flamengo. Um dos alvos foi preso ainda no início desta manhã, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. Rogério da Silva Guinada estava na casa dos pais e não ofereceu resistência.

Além de Rogério, foram presos Adonai dos Santos, Herbert Vinícius Paula, Rafael Camelo e Vitor Hortêncio, o Gringo.

Para a operação, foram expedidos 20 mandados de prisão temporária: oito correspondem a suspeitos envolvidos na morte do torcedor Diego Silva dos Santos e outros 12 correspondentes a outros crimes, como assaltos e homicídios, apurados durante as investigações. Além disso, também foram expedidos 14 mandados de busca e apreensão. Os oito suspeitos da morte do botafoguense estão indiciados por crimes de homicídio qualificado e associação criminosa:

– A investigação também apontou que, dos 2.100 integrantes da Torcida Jovem do Flamengo, pelo menos 12 eram foragidos por outros crimes. Então simultaneamente a DH faz uma operação para localizar esses foragidos, que não têm vínculo com o homicídio do botafoguense.

De acordo com o delegado Fábio Cardoso, titular da Delegacia de Homicídios da Capital, o suspeito estava no grupo que atacou o botafoguense no dia 12 de fevereiro. Ainda segundo a Polícia Civil, imagens obtidas durante as investigações mostram Rogério segurando um objeto pontiagudo, similar ao que provocou a morte da vítima.bastoes-madeira-torcedor.jpg

– Nas imagens, Rogério é visto com o espeto inicialmente normal. Num segundo momento, o espeto está todo torto. Certamente foi usado para agredir e atingir o botafoguense Diego. A gente conseguiu localizá-lo na casa dos pais. Encontramos camisas e bonés, que indicam que ele é da Torcida Jovem do Flamengo, o que a gente já sabia. Achamos também seis bastões de madeira e um soco inglês, que são usados pela torcida organizada para agredir os rivais, como foi o caso que acabou vitimando, em fevereiro, no Engenho de Dentro, o botafoguense Diego – afirmou Cardoso.

Cardoso disse que a investigação foi complexa e foram usadas imagens para entender como foi o ataque da torcida flamenguista à botafoguense:

– Foi uma investigação complexa, já que esse crime se deu em um ataque de integrantes da Torcida Jovem do Flamengo onde estava a torcida do Botafogo. Eles saíram da ala onde deveria entrar no Engenhão, na Rua José dos Reis, e invadiram o ponto onde estavam os botafoguenses para agredir e matar, como foi o caso do Diego. Foi um crime cometido com o envolvimento de várias pessoas. Provas testemunhais foram necessárias, ajudaram muito, e também imagens, que mostram com bastante convencimento a torcida jovem atacando e agredindo os botafoguenses.

Os agentes chegaram à Rua Maldonado, por volta das 6h. Às 6h50m, Rogério da Silva Guinada deixou algemado a residência dos pais. Os outros sete procurados também pertencem à mesma torcida organizada.

– Vamos levá-lo para a DH e vamos ouvi-lo para ele dar a versão dele E tentar identificar outros envovidos no crime. Hoje, a ação é para localizar e prender oito flamenguistas da Torcida Jovem que tiveram envolvimento no assassinato no homicídio do Diego. Essa é a primeira fase. Esperamos que, com as prisões de hoje e com as buscas, possamos identificar outros participantes e, na próxima etapa prender outros que tenham participado do crime.