Em entrevista ao ?Redação Sportv?, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani,
foi questionado a respeito da violência entre as torcidas e disse que foi
definido, em reunião com o Ministério da Justiça, que haverá a criação do
Cadastro Geral das Torcidas, uma ideia que o futebol brasileiro espera ao menos
desde 2013.
? Essa questão é inadmissível. Essa violência afugenta as famílias dos
estádios. Na semana passada fizemos longa reunião com o Ministério da Justiça, e
decidimos que faremos um cadastro das organizadas ? disse Picciani.
? O que a experiência tem nos mostrado é que os que brigam são sempre os
mesmos. Queremos identificar esses torcedores e, com essa identificação, vamos
entregá-los ao judiciário, a fim de criar medidas de banimento, para que esses
indivíduos fiquem impedidos de ir a estádios e tenham que se apresentar às
delegacias, ao fórum, no momento dos jogos.
Não é a primeira vez que os ministérios do Esporte e da Justiça têm conversas
a fim de coibir a violência das torcidas organizadas e criar um cadastro
nacional de torcedores e delegacias especializadas para incidentes com torcidas.
Em 2013, durante a gestão Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo (Justiça) e Aldo
Rebelo (Esporte) surgiram com a ideia de identificar os membros de torcidas
conforme sua periculosidade.
Em fevereiro de 2015, a pasta do Esporte estava a cargo de George Hilton, que
prometia criar o cadastro até o fim do ano. No mesmo ano, a Comissão Nacional de
Prevenção da Violência e Segurança nos Espetáculos Esportivos (sob a sigla
Consegue) realizou duas reuniões.
Formada por membros dos dois ministérios e de outros setores ligados ao
futebol e seu policiamento, a turma multidisciplinar chegou anunciar um
documento que unificava as ações das polícias Civil e Militar e dos Corpo de
Bombeiros envolvidos em eventos esportivos. Mas nenhum outro avanço saiu das
conversas.