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Isaquias tenta manter patrocínios para lutar por vaga em Tóquio

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O ápice da vida de um atleta é subir ao pódio nos Jogos Olímpicos. O sonho se torna maior quando o feito é conquistado três vezes, ainda mais em uma mesma Olimpíada. Isaquias Queiroz é o primeiro brasileiro a realizar a façanha, na Rio-2016. Sete meses após entrar para a história do esporte nacional, o canoísta esbarra em um problema que o acompanha há 12 anos, quando começou na canoagem velocidade em um projeto social na Bahia: a falta de patrocínio.

O legado dos Jogos ainda é esperado pelos atletas brasileiros. Isaquias não foge desse grupo que retoma a corrida atrás de empresas interessadas em contribuir no seu desenvolvimento. Aos 23 anos, ele voltou a remar contra a maré.

? A maioria dos contratos com os patrocinadores era de um ano. Não obtive mais nenhum patrocínio após os Jogos ? diz o baiano, que conquistou duas pratas e um bronze no Rio-2016.

De seus patrocinadores pessoais, Isaquias só permaneceu com um, com o qual tem contrato até maio. Os demais acabaram, e alguns seguem em negociações. O atleta prefere não falar no assunto, que sempre gerou problemas entre ele e seus companheiros de seleção brasileira com a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), até mesmo às vésperas dos Jogos.

Além da dificuldade em acertar com empresas, a principal reclamação era a transparência no repasse de recursos administrados pela CBCa aos canoístas. A entidade manteve dois patrocinadores, BNDES e GE, além de contar com recursos do Ministério do Esporte e da Lei Agnelo/Piva.

Em outubro do ano passado, a CBCa fechou um novo contrato com o BNDES, no valor de até R$ 4.340.741,88, para ser investido somente no Centro de Treinamento da canoagem de velocidade e nos seus 43 principais atletas, visando ao novo ciclo olímpico. Já com a GE, a entidade tem contrato até o fim de 2018, mas os valores não foram divulgados.

? Por enquanto, nada mudou desde que conquistei as medalhas. Sobre as questões de apoio da confederação com os atletas, está tudo normal ? afirma, de forma sucinta, o atleta.

CATEGORIA A MENOS EM TÓQUIO

A luta de Isaquias, nascido em Ubaitaba, no interior baiano, não ficou menos dura. A fama repentina e o assédio diminuíram pouco depois do fim da Olimpíada. Até mesmo a construção de uma casa na cidade não foi concluída, um pouco pela falta de tempo, mas também pelo pouco dinheiro. Nada disso abala os objetivos do jovem de 23 anos, que sonha competir em Tóquio-2020. Como a prova de C1 200m, na qual conquistou o bronze, foi cortada da próxima Olimpíada, o canoísta não conseguirá repetir o feito de três medalhas. Por conta disso, ele até deixará de competir nas etapas de Copa do Mundo e Mundiais nessa categoria.

? Meus objetivos para os próximos anos incluem os Campeonatos Mundiais de 2017, 2018 e 2019, além do Pan-Americano de 2019, em Lima, no Peru. Eles vão me fortalecer para chegar bem a Tóquio ?afirma. ? Há sete meses, conquistei a minha primeira medalha na Rio-2016, na prova do C1 1000m, e também a primeira para a canoagem velocidade. Depois, vieram mais duas. Só tenho a agradecer.

Isaquias disputa o prêmio de Melhor Atleta de 2016 e o Atleta da Torcida no Prêmio Brasil Olímpico, que será entregue em uma cerimônia no próximo dia 29, na Cidade das Artes, no Rio. Pela láurea principal da noite, o baiano concorre com o líbero Serginho, campeão olímpico com o vôlei, e Thiago Braz, ouro no salto com vara.