O governo brasileiro distribuirá 9 milhões de camisinhas no Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos do mês que vem. Desse total, 450 mil preservativos serão destinados aos atletas e funcionários da Vila Olímpica. De acordo com o Ministério da Saúde, os demais preservativos serão distribuídos para os visitantes que chegarão na cidade.
Os preservativos serão produzidos pela Natex, fábrica do Acre que usa látex colhido de árvores da Floresta Amazônia. Os seringueiros que colhem o látex são empregados de um programa cujo objetivo é proteger a tradicional forma de vida e trabalho, incentivar o uso sustentável da floresta e combater os madeireiros irregulares.
– Além de garantir o preço da borracha, um preço compensador, a nossa fábrica dá oportunidade de centenas de empregos para jovens, mães e pais de família. Com certeza, lá no Rio isso estará muito presente, o produto. Um produto que ajuda muito contra as doenças e ajuda no controle de natalidade – disse o seringueiro Raimundo Mendes de Barros, de 71 anos.
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Os seringueiros se veem como guardiões da floresta. Por décadas, eles estão na linha de frente da pressão para que os governos façam mais para impedir o desmatamento, causada principalmente pela derrubada ilegal da floresta para atividade agropecuária, plantações de soja e extração de madeira.
A luta, às vezes, tem custo alto. Várias pessoas foram mortas durante os anos tentando proteger a floresta, entre elas Chico Mendes, o ambientalista e seringueiro reconhecido internacionalmente. O assassinato de Mendes em 1988 em Xapuri, que agora abriga a fábrica de preservativos, ajudou a fazer com que o governo tomasse medidas sérias para combater o desmatamento e a violência contra os defensores da Amazônia.
Há anos o governo brasileiro distribui milhões de camisinhas da fábrica gratuitamente em grandes eventos no país, como no carnaval.
