O goleiro camaronês Carlos Kameni, atualmente no Málaga (ESP), lembrou em entrevista ao programa El Larguero da rádio Cadena SER que já sofreu ataques racistas de forma recorrente em mais de uma década no futebol espanhol. Kameni fez os comentários em meio ao Dia Internacional da Eliminação da Discriminação Racial, celebrado na terça-feira.
? Em uma ocasião, contra o Atlético de Madrid, os torcedores no Vicente Calderón atiraram bananas em mim. Eu disse que se acontecesse de novo, “se me jogarem outra banana eu comerei”, porque há crianças no mundo que estão morrendo de fome ? disse o goleiro.
Kameni, hoje com 33 anos, foi contratado pelo Espanyol em 2004. Quando defendia o clube, sediado na Catalunha, o goleiro reclamou de ter ouvido cantos racistas de torcedores do Barcelona em diversas ocasiões. Após sete temporadas no Espanyol, Kameni foi contratado em 2012 pelo Málaga, onde está até hoje.
O camaronês disse que o pior episódio de racismo ocorreu em seu primeiro ano no Espanyol, durante partida contra o Zaragoza, quando o árbitro chegou a perguntá-lo se ele queria interromper a partida devido às ações da torcida.
? Estávamos vencendo por 1 a 0 e a torcida deles começou a gritar todo tipo de coisa para mim. Chegou a um ponto que o árbitro me perguntou sobre interromper a partida, mas eu estava decidido a continuar ? disse Kameni.
? É inacreditável que em 2017 ainda estejamos falando sobre isso (racismo). Não podemos dizer que a Espanha é um país racista, mas uma minoria mancha a reputação de todos os espanhóis. Não entendo como essas pessoas ainda são permitidas nos estádios ? completou.