RIO ? A ginástica artística brasileira chega à Olimpíada do Rio com a expectativa em alta: fazer a melhor campanha da história do país. Nas previsões mais otimistas, a conta chega a seis pódios, enquanto a matemática mais conservadora prevê dois. Até hoje, o Brasil conquistou uma medalha no esporte em Jogos Olímpicos, com o ouro de Arthur Zanetti em Londres-2012. Links ginástica
O misto de empolgação ? de quem sabe que pode fazer história ? e cautela ? de quem sabe que empolgação demais não combina com esporte de alto rendimento ? tem uma razão objetiva: pela primeira vez, o Brasil classificou duas equipes (masculina e feminina) completas para os Jogos. A situação, já histórica, e a qualidade dos atletas impulsionaram a contabilidade. A isso, somou-se a intenção do Comitê Olímpico do Brasil (COB) de colocar o país entre os dez primeiros do ranking.
A seleção masculina já foi convocada dentro desta estratégia. O último nome escolhido, o de Diego Hypolito, simboliza a opção pelas chances de pódio. A comissão técnica avalia que ele pode ganhar medalha no solo, categoria em que o japonês Kenzo Shirai é favorito absoluto ao ouro. Diego, no entanto, não é um atleta generalista, como são chamados os que competem em todos os aparelhos. A escolha, portanto, enfraquece o Brasil na disputa por equipes ? Zanetti, favorito ao bicampeonato nas argolas, também não é um generalista.
? A entrada do Diego foi uma estratégia para um maior número de finais e medalhas. A equipe ficou meio em segundo plano. No cavalo, na paralela e na barra fixa, a gente só vai ter três (ginastas). No solo, no salto e nas argolas, a gente tem quatro, valendo três notas, então tem uma chance de errar. Mas, naqueles três, a gente não pode errar. Não é impossível ir para a final (por equipes), mas a gente ficou com um risco maior ? avalia o técnico da equipe, Renato Araújo.
Além de Zanetti, que deverá brigar pelo primeiro lugar com o grego Eleftherios Petrounias, atual campeão mundial, e Diego, outras possibilidades de medalha são Sérgio Sasaki, no salto, e Arthur Nory, na barra fixa. Já no feminino, a as maiores chances estão com Flávia Saraiva, na trave, e Rebeca Andrade, no solo.
? Eu penso em fazer um bom trabalho, não penso tanto no resultado final. Independentemente de ser salto, individual ou equipe, a seriedade tem que ser a mesma. A maior cobrança é de competir bem, dar 100% ? diz Sasaki, que esteve nos Jogos de Londres.
Hoje, as seleções masculinas vão à Arena Olímpica do Rio para o treino de pódio, quando os atletas apresentam suas séries para os juízes e estabelecem suas notas de partida. Amanhã, será a vez das equipes femininas. A competição masculina começará no sábado, enquanto a feminina terá início no dia seguinte.