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Fluminense venceu apostando na loucura de Abel

Vencer a Taça Guanabara trouxe ao Fluminense bem mais que um troféu. Com ele, veio a autoconfiança como equipe. Pelo menos, essa é a avaliação do técnico Abel Braga. O treinador revelou que, neste domingo, pediu ao time para que mudasse o estilo de jogo, mesmo que este tivesse funcionado durante todo o campeonato. A nova orientação foi para que os jogadores esquecessem a posse de bola e focassem no contra-ataque. Só assim poderia ser possível vencer o Flamengo. Funcionou.

Flu campeão

? Foi fabuloso, um jogo surreal. Placar de 3 a 3, as duas equipes atacando. Sem o Scarpa, decidi que iríamos jogar com Richarlison, Wellington e Dourado. Falaram que eu era louco dentro do clube. Mas optei pelos três atacantes. Tinha de colocar medo no adversário, não posso demonstrar que tenho (medo). Porém, no fundo, tinha. Falei que era a única maneira de ganhar do Flamengo ? disse Abel.

Segundo o treinador, a tática poderia ser suicida. Afinal, ao jogar com três atacantes, o time poderia perder a disputa pelo meio-campo.

? Eu sacrifiquei muito o Wellington e o Richarlison, mas, acima de todos, o Sornoza. O Zé Ricardo (técnico do Flamengo) falou que eles rodaram a bola, mas não entraram. Eles não conseguiam a vertical, aí começaram os cruzamentos. Estou muito feliz. Os jogadores compraram a ideia.

DISPUTA NO GOL TRICOLOR

Abel aproveitou o momento para falar sobre a perda dos seus principais batedores de pênalti, que foram substituídos durante a partida, e para elogiar o goleiro Júlio César, que, em tese, é reserva de Diego Cavalieri. A disputa pela titularidade no gol do Fluminense parece estar aberta.

? Quer saber a verdade? O Marquinho foi quem bateu pior no treinamento. Além de começar a disputa com lateral e um zagueiro, o quinto seria o Renato Chaves. Eu já tinha perdido os batedores oficiais. O Marcos Júnior se prontificou e confiei em sua experiência. Além do mérito deles, teve o Júlio César, que começou o ano na reserva. Com certeza, posso dizer que, com toda a adoração que tenho pelo Cavalieri, agora tem luta. E a luta não é pequena.

Agora, o treinador poderá usar a Taça Rio para testar o time com mais tranquilidade. Já classificado para a semifinal do Campeonato Carioca, o Fluminense jogará, até lá, de forma protocolar, já que vencer o segundo turno não o tornará automaticamente campeão. Sem querer diminuir o campeonato, o Fluminense pretende focar, por ora, na Copa do Brasil.

? Não acho que perde a graça. O Flu vai jogar a Taça Rio. Mas, claro, temos algumas prioridades, como a Copa do Brasil. Talvez Abel possa usar essas partidas para testar mais o time, ou poupar alguns jogadores. E, espero que eu possa voltar logo. Voltar em uma partida sem muito peso pode ajudar a pegar ritmo ? disse Gustavo Scarpa, que ainda sente dores no pé e, apesar de ter pedido, não foi liberado pelo Departamento Médico do clube. Sem voz, Scarpa revelou que é muito difícil ficar fora de uma partida, especialmente um clássico decisivo:

? Muito difícil isso, né? Quase tive um treco. É pior fora de campo do que dentro. Nos pênaltis, então! Mas o time fez por merecer. Agora, vamos comemorar. Foi tudo muito lindo.

Com o compromisso pela Copa do Brasil marcado apenas para quinta-feira, diante do Criciúma, em Santa Catarina, a noite de ontem foi de comemoração em uma churrascaria.