O etíope Tamiru Demisse, aproveitou sua participação na Paralimpíada para se manifestar contra o governo do presidente de seu país Mulati Tshome e do primeiro ministro Hailemariam Desalegn. Ao cruzar a linha de chegada e após receber sua medalha de prata nos 1.500 metros da classe T13 (deficiente visual), ele fez o gesto do punho cruzado contra o governo de seu país.
“A Etiópia não tem liberdade. Sou contra o que estão fazendo com a Etiópia, milhões de pessoas são contra o governo. Eu não irei voltar para lá porque se eu voltar, serei morto. Quero ir para os Estados Unidos”, disse ele aos jornalistas que estavam na zona mista.
Tamiru repetiu o gesto que o compatriota, Feyisa Lilesa, fez durante a Olimpíada RIO-2016. O atleta olímpico, inclusive, não voltou para o seu país com medo de ser morto e ainda está no Brasil.
Instabilidade
Desde dezembro de 2015, a Etiópia enfrenta uma série de protestos contra o governo. No início de setembro, mais de cem pessoas morreram durante conflitos na região. Especialista apontam que a situação no país nunca foi tão instáve.