Enquanto o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) ainda decide se mantém as Laranjeiras como sede de uma das delegações durante os Jogos do Rio, o centro de treinamento do Fluminense, na Barra da Tijuca, já tem data marcada para ser inaugurado. Em 21 de julho, aniversário do clube, um jogo comemorativo abrirá o local, que não estará totalmente concluído.
Antes, um ato simbólico ficará marcado como um momento histórico. Uma bandeira tricolor de 10 metros de comprimento por 7 metros de largura será içada em um mastro de 35 metros. Será possível avistar o pavilhão da Linha Amarela, da Avenida Ayrton Senna e do Centro Metropolitano, o novo bairro que cresce ao redor do centro de treinamento.
O jogo inaugural entre doadores de dinheiro ou materiais de construção, funcionários do CT e jogadores é ideia do empresário Pedro Antônio Ribeiro, vice-presidente de projetos especiais do Fluminense, que emprestou dinheiro ao clube para financiar o começo da obra. Ele já escalou o time, ou parte dele: Marcos Júnior no gol e Gustavo Scarpa no banco ou de gandula.
– É para facilitar para a gente, porque o dia a dia não é fácil – disse Pedro, que, recentemente, desistiu de concorrer à presidência do clube por não ter cinco anos de sócio e ser inelegível.
Quando cita as dificuldades do cotidiano, Pedro fala com a autoridade de quem ficava de madrugada recebendo os caminhões de aterro no terreno de 39.900 m², doado pela prefeitura. Ele emprestou dinheiro para a obra sair do papel e o ressarcimento virá corrigido. Mas alguns cheques do Fluminense ainda não foram depositados ainda porque não haveria fundos.
O valor inicial da obra era de R$ 45 milhões, que passou para R$ 32 milhões após um pente fino feito pelo empresário. Ele desembolsará R$ 7 milhões e R$ 3,5 milhões já foram gastos. O restante está comprometido.
– Eu estou apertando e eles repassam quando dá. Meu limite é R$ 7 milhões. E em 30 de outubro eu entrego a obra. O que faltar, o novo presidente do Fluminense terá que fazer. Se não fizer, a torcida tem que cobrar – declarou Pedro.
As obras estão adiantadas. Mas a eleição do Fluminense será em novembro. Para não correr o risco de haver uma paralisação devido a interesses políticos, o empresário, em decisão conjunta com o presidente Peter Siemsen, resolveu construir logo o prédio de 6 mil m² conhecido como “torre”, que tem seis andares, sala de imprensa, auditório para 60 pessoas, escritórios para o departamento de futebol e as 52 suítes para comissão técnica e jogadores.
O problema é que, para fazer as 52 suítes, seriam necessários mais R$ 8 milhões. Sendo assim, a “torre” ficará pela metade, com três andares.
– Mas resolvemos começar para que o próximo presidente não se acomode e deixe para lá – explicou Pedro.
Sem as suítes, os jogadores não poderiam dormir ou até mesmo descansar no local em dias de treino integral. Mas teriam à disposição um dos três campos, que já estão recebendo a grama, e demais estruturas de mais dois prédios, que, juntos, reúnem academia de ginástica, piscina, sauna, vestiário, sala de massagem, fisioterapia e rouparia, além de churrasqueira e quadra de futevôlei.
– Já é mais do que há nas Laranjeiras – disse Pedro.
Antes de enfrentar colaboradores e funcionários, Marcos Júnior, Gustavo Scarpa e os demais jogadores profissionais terão pela frente o Flamengo, neste domingo, em Natal. O tricolor vem de derrota no meio da semana – perdeu para o Santos por 4 a 2 – e já sente a pressão da torcida por resultados mais consistentes no Brasileiro. O time está em 13º, com 13 pontos. A equipe pode ter a estreia do lateral-esquerdo William Matheus, ex-Toulouse.