Zurique – A Fifa realizou ontem sua tradicional premiação aos melhores do ano e, confirmando o que era esperado, o português Cristiano Ronaldo foi eleito pela quarta vez como o melhor jogador do mundo. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, entregou o troféu ao jogador, que em 2016 se sagrou campeão da Liga dos Campeões com o Real Madrid e da Eurocopa com a seleção de Portugal.
Depois daquilo que ganhei na seleção e no clube, eu não tinha de dúvidas que ia ganhar esse prêmio. Ano magnífico a nível pessoal e coletivo. Jamais posso esquecer desse ano maravilhoso. A todos que votaram em mim, muito obrigado. Não tenho mais nada a dizer. Os prêmios falam por si mesmos. Queria que o Messi e os jogadores do Barça estivessem aqui”, declarou o português, referindo-se à ausência do argentino, vencedor do prêmio em 2015, e de seus companheiros Neymar e Iniesta no Barcelona, que amanhã terá o jogo decisivo pela Copa do Rei contra o Atlético de Bilbao.
Com mais essa conquista, Cristiano voltou a se aproximar da coleção particular de Lionel Messi, eleito o melhor do mundo em cinco oportunidades.
BRASILEIROS
O primeiro prêmio da noite de gala da Fifa foi entregue aos 11 jogadores que formaram a seleção do ano. Dois brasileiros fizeram parte da equipe ideal de 2016: Daniel Alves e Marcelo. O time é completado por Neuer, Piqué, Sergio Ramos, Modric, Kroos, Iniesta, Messi, Suárez e Cristiano Ronaldo.
Outro brasileiro premiado na noite foi o craque Falcão, do futsal. Ele, que tem 39 anos e em 2016 disputou seu último Mundial, recebeu o troféu Carreira Espetacular. Já o capitão do tri da seleção, Carlos Alberto Torres, falecido ano passado, foi homenageado postumamente, bem como o alemão Johan Cruyff.
Futebol feminino
No futebol feminino, o favoritismo não prevaleceu para Melanie Behringer, medalhista de ouro e artilheira na Rio 2016 com a seleção alemã. O título de melhor jogadora do mundo no ano passado foi para a estadunidense Carli Lloyd, que também deixou a brasileira Marta para trás na disputa individual e conquistou o troféu pela segunda vez seguida. Segunda colocada desta feita, Marta, que é a maior vencedora do prêmio com cinco conquistas, voltou a ser finalista depois de ficar de fora em 2015. Ela é também a jogadora que mais disputou o troféu, com 12 indicações.
Treinadores
A alemã Silvia Neid ficou com o prêmio de melhor treinadora de futebol feminino. Com 52 anos, ela levou a seleção feminina da Alemanha ao inédito ouro olímpico na Rio 2016. Essa foi a terceira vez que Neid venceu o prêmio (2010 e 2013 também) da Fifa, isolando-se como maior ganhadora do troféu. Desde 2005 à frente da seleção alemã, a treinadora acumula ainda uma medalha de bronze em Pequim 2008, o título da Copa do Mundo 2007 e o bicampeonato da Eurocopa em 2009 e 2013. Também levou a equipe sub-19 de seu ao título do Mundial de 2004 e da Euro de 2000, 2001 e 2002. Dentre os homens, o treinador do ano foi o italiano Claudio Ranieri. Multivencedor no esporte, em 2016 ele foi campeão do Campeonato Inglês com o até então desconhecido Leicester.
Fair Play
A Fifa resolveu dar ao Atlético Nacional de Medellín o prêmio Fair Play, que não estava previsto na cerimônia. O clube colombiano recebeu o prêmio por ter recomendado à Conmebol que desse o título da Copa Sul-Americana do ano passado à Chapecoense. A entrega foi feita pelo ex-capitão do Barcelona Carlos Puyol ao presidente do Nacional, Juan Carlos de La Cuesta. Puyol esteve no velório dos jogadores da Chapecoense, em Santa Catarina.
Torcidas
As torcidas do Liverpool e do Borussia Dortmund receberam o prêmio do ano. Em abril, durante partida pela semifinal da Liga Europa, os adeptos dos dois times cantaram juntos a música You'll Never Walk Alone (Você Nunca Caminhará Sozinho) em homenagem às vítimas da tragédia de Hillsborough, que matou 96 pessoas no estádio de Sheffield (ING), em 1989.
Prêmio Puskas
Esperança do futebol brasileiro em manter no País o Prêmio Puskas de gol mais bonito do ano, que em 2015 foi para Wendell Lira, Marlone foi superado pelo malasiano Mohd Faiz Subri, que aplicou uma curva surreal na trajetória da bola em um gol de falta.