MANAUS ? A vaga antecipada nas quartas-de-final e a proximidade do duelo de mata-mata, marcado para sexta-feira, fizeram o técnico Vadão poupar seis titulares, entre elas Marta, ovacionada pelas 42 mil pessoas que foram vê-la a cada vez que o telão exibia sua imagem. Isto sem falar em Cristiane que, machucada, não tinha condição de jogo. O único compromisso que a seleção tinha, a rigor, era com a torcida de Manaus, que encheu a Arena da Amazônia no jogo contra a África do Sul. Esta dívida foi parcialmente paga no segundo tempo, disputado já com a presença de Marta, lançada no intervalo. Segredos Olímpicos futebol
No entanto, faltou o gol. Ainda que o 0 a 0 tenha sido o suficiente para a seleção feminina do Brasil garantir o primeiro lugar do Grupo E.
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Se a primeira fase da seleção brasileira deixa boas sensações, em especial pelas duas partidas em que usou as titulares, o início do mata-mata coloca um fantasma no caminho do time: a Austrália será a rival nas quartas. Foram as australianas que, após uma primeira fase com 100% de aproveitamento do Brasil, interromperam a caminhada da seleção no Mundial do Canadá, no ano passado, ao vencerem por 1 a 0 nas oitavas, justamente o primeiro duelo de mata-mata da competição. Outra má notícia: os Estados Unidos estão no lado brasileiro da chave de cruzamentos e podem ser rivais na semifinal.
Em campo contra as africanas, o que se via era um Brasil com menos inspiração, menos poder de penetração na defesa rival do que nos últimos jogos. Não era uma seleção acesa, elétrica, com reservas tentando a todo custo aproveitar a oportunidade de atuar na Olimpíada. Tanto que, antes dos 25 minutos, a África do Sul, time mais frágil do grupo, já exigira duas intervenções da goleira Aline.
Mas, mesmo com as alterações, o time do técnico Vadão mantinha a organização e boa posse de bola. Faltava a contundência, tanto que as duas vezes em que o time mais ameaçou o gol africano foram em chutes de média distância. O primeiro deles, de Tamires, que a goleira pegou. O segundo, de Debinha, que acertou a trave.
Apesar da entrada de Marta, o Brasil não melhorou na volta para o segundo tempo diante de uma África do Sul fechada, recuada, apostando num contra-ataque que lhe desse uma despedida gloriosa da Olimpíada. O jogo virou um duelo de ataque contra defesa, mas, curiosamente, quem andou mais perto da abrir o placar foram as africanas, num chute de Kgatlana que Aline defendeu com dificuldade. O Brasil cresceu e, nos últimos dez minutos, fartou-se de perder gols. As melhores chances foram perdidas por Fabiana, aos 37 minutos, e duas vezes por Raquel, aos 42 e aos 45.