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Batizado Rivaldo por causa do craque pernambucano, jogador sul-africano enfrenta o Brasil

2016 927194226-201608012055070655.jpg_20160801.jpgRIO ? Separada tanto de Johanesburgo quanto da Cidade do Cabo por mais de 800km, um terço deles por estrada de terra, Kakamas, no norte da África do Sul, perto da fronteira com a Namíbia, surge no que é descrito como uma enorme porção de terra desabitada. Tem apenas 9.500 habitantes, dentre eles Trevor, um eletricista. Da paixão deste homem pelo futebol brasileiro surgiu o nome familiar que vai enfrentar a seleção olímpica na quinta-feira, na estreia do Rio-2016: o zagueiro Rivaldo Coetzee. Futebol início

A história parece profética. Trevor se encantou com o futebol de Rivaldo na Olimpíada de Atlanta-1996. Seu filho nasceu dois meses depois.

O pai, jogador amador naquela região agrícola, grande produtora de uvas, pêssegos e laranjas, sonhava que o filho seguisse o caminho. Hoje, justamente numa Olimpíada, o torneio que inspirou Trevor, caberá ao Rivaldo sul-africano, defensor do Ajax da Cidade do Cabo, viver o grande momento da até aqui curta carreira.

? Meu pai era um grande fã do futebol brasileiro. É graças a ele que estou aqui ? disse Rivaldo, 19 anos, logo após o treino dos sul-africanos no Gama, cidade-satélite de Brasília. ? Logo criança, disse aos meus pais que queria jogar futebol a vida toda, que não queria trabalhar.

Rivaldo era presença infalível nos jogos amadores do pai, com quem vivia grudado. Para não ficar longe dele e conciliar com sua paixão pelo futebol, levava sua própria bola.

? Como ele era goleiro, eu ficava atrás do gol jogando.

Até hoje, ouve a mãe reprová-lo quando reclama de cansaço: ?Você sempre disse que seus pés trabalhariam por você?. Rivaldo é uma história de cumplicidade entre pai e filho, mas também um conto do triunfo da paixão pelo jogo sobre todas as probabilidades.

? Onde vivia, há pouca gente. Olheiros nunca vão procurar jogador. Mas fui visto num torneio da escola ? conta.

Mas se o pai era fã de um meia, pôs no mundo um Rivaldo zagueiro. Que tem outro brasileiro como referência: Thiago Silva.

? Tento implementar o que vejo no jogo dele, de Sérgio Ramos e de Mascherano.

Quinta-feira, pode se ver de frente para Neymar, o que não o faz moderar expectativas.

? Estou confiante. Neymar é incrível, mas às vezes você pensa que o jogo vai ser de uma forma e, na hora, é diferente ? diz.

Ontem, o goleiro Weverton, do Atlético-PR, substituto de Fernando Prass, se apresentou à seleção brasileira. E mostrou bom humor.

? Brinquei que até outro dia eu chutava bola pro Marcos Guilherme, Nikão… Agora vou chutar para Neymar, Gabigol. Mas é brincadeira, eles são grandes jogadores também.