São Paulo – Os empréstimos bancários no Brasil cresceram 15,4% em 2020, seu ritmo mais rápido desde 2012, mostrou uma pesquisa da Febraban, divulgada na quinta-feira (21).
O crescimento foi impulsionado por empréstimos a empresas, que buscaram dinheiro para enfrentar a crise econômica decorrente da pandemia de covid-19.
A carteira de crédito a empresas cresceu 21,7% em 2020, enquanto o crédito a pessoas físicas aumentou 10,8%, apurou a pesquisa da Federação Brasileira de Bancos, que cobriu 68% da carteira de crédito do País.
O crescimento foi impulsionado principalmente por linhas de crédito lançadas pelo governo em resposta à pandemia, disse a Febraban, especialmente para empresas. Os novos desembolsos para empresas vindos de linhas garantidas pelo governo dobraram ante 2019.
Em dezembro, o crescimento da carteira total de crédito foi de 1,5%, oitavo mês consecutivo de crescimento, com as pessoas físicas e jurídicas crescendo no mesmo ritmo.
Recuperação
Já a quantidade de pedidos de recuperação judicial no País em 2020 totalizou 1.179 de janeiro a dezembro. O montante é 15% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior. Os dados, divulgados ontem (21), são da Serasa Experian.
De acordo com a entidade, a expectativa do aumento do número de pedidos de recuperação judicial em 2020 não se concretizou. “Com a facilitação de prazos feita pelos credores, os juros mais baixos e as novas linhas de crédito disponibilizadas, os donos de negócios recorreram menos à recuperação judicial, que já é naturalmente o último recurso das empresas com dificuldades financeiras”, destacou o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
Segundo a entidade, muitos empresários optaram por aguardar a resolução da nova Lei de Falências, sancionada pelo governo federal no fim de dezembro, que permite, por exemplo, que as empresas façam financiamentos durante a recuperação judicial.
Dentre os segmentos, o que apresentou maior quantidade de pedidos em 2020 foi Serviço, com 589 solicitações e queda de 1,5% em relação a 2019. O setor do Comércio fez 278 requisições (queda de 20,3% em relação a 2019), seguido pela Indústria, com 203 pedidos (-25%); e o Setor Primário, com 109 solicitações (-35,5%).
Por porte, as micro e pequenas empresas foram as que registraram o maior volume de requerimentos (752) em 2020, seguidas pelas médias (282) e grandes (145).