BERLIM ? Um vídeo divulgado pelo tabloide “Bild” mostra o momento em que o caminhão supostamente dirigido pelo tunisiano Anis Amri invade o mercado de Natal em Berlim e provoca o atentado que matou 12 pessoas na capital alemã, na segunda-feira.
Nas imagens feitas, um carro passa pela praça Breitscheid, onde o caminhão investiria contra a feira. Pouco após, a carreta passa pela esquerda, em direção às decorações natalinas. Pessoas saem correndo a partir da invasão.
As imagens podem ser vistas no site do diário.
Enquanto a polícia alemã caça o tunisiano suspeito do ataque terrorista que matou 12 pessoas na segunda-feira em Berlim, a chanceler federal do país, Angela Merkel, afirmou que a esperança das autoridades é prender em breve o responsável pelo atentado. berlim
Em entrevista coletiva, a chefe de governo ressaltou que as autoridades estão conscientes há muito tempo de que o país é alvo de ameaças terroristas. As declarações vêm em resposta às críticas sobre as forças de segurança nacional, que sofrem pressão por não terem conseguido evitar o ataque, reivindicado pelo Estado Islâmico (EI). O constrangimento aumentou para a polícia quando veio à tona que o suspeito já era investigado por terrorismo anteriormente.
Na mesma ocasião, o ministro do Interior, Thomas de Maizière, confirmou que as impressões digitais do suspeito tunisiano, identificado como Anis Amri, foram encontradas na porta do caminhão usado no ataque. A informação havia sido adiantada pela imprensa local mais cedo.
A Alemanha ofereceu na quarta-feira uma recompensa de até 100 mil euros em troca de informações que levem à prisão do suspeito. A identidade de Amri foi descoberta depois que investigadores encontraram uma carteira com seus documentos no caminhão usado no ataque. O imigrante chegou ao país no ano passado e estava no radar das autoridades alemãs desde junho. O seu pedido de abrigo foi rejeitado e o governo estava tentando deportá-lo depois de saber que estava planejando um ?ato grave de subversão violenta?, segundo um alto funcionário do governo. Ele acrescentou que o tunisiano tinha ligações com extremistas islâmicos. Autoridades disseram ainda que ele já usou várias identidades falsas, que incluíam seis nomes e três nacionalidades diferentes (tunisiana, egípcia e libanesa).
A revelação de que o suspeito já era vigiado pelas autoridades alemãs, no entanto, aprofunda ainda mais os desdobramentos políticos do atentado em Berlim, apontando para falhas no sistema de deportação da Alemanha e provocando questionamentos sobre o acolhimento humanitário de refugiados empreendido pela chanceler federal do país, Angela Merkel. Só no ano passado, cerca de um milhão de imigrantes pediram asilo em solo alemão.