SÃO PAULO – Em meio à crise econômica, os vereadores da cidade de São Paulo aprovaram, nesta terça-feira, um aumento de 26,3% em seus próprios salários. Os vencimentos vão saltar, a partir de 1º de janeiro, de R$ 15.031,76 para R$ 18.991,68 mil.
O projeto de aumento foi proposto pelos vereadores Adílson Amadeu (PTB), Adolfo Quintas (PSD) e Milton Leite (DEM), um dos cotados para concorrer à presidência da Câmara no ano que vem. O reajuste no salário dos parlamentares foi aprovado por 30 votos a 11.
Os favoráveis ao aumento argumentam que os salários dos vereadores não sofreram alteração nos últimos oito anos e dizem que o reajuste ficou abaixo da inflação no período, que foi de aproximadamente 32%. Também alegam que o orçamento da Casa para o ano que vem é suficiente para cobrir o reajuste.
Com a mudança, o salário dos vereadores da capital paulista atingem o teto previsto na Constituição para cidades com mais de 500 mil habitantes ? 75% dos ganhos dos deputados estaduais. O salário na Assembleia Legislativa é de R$ 25.322,25.
Na justificativa do projeto, os vereadores Amadeu, Quintas e Leite escreveram que ?A fixação pelo valor máximo permitido justifica-se diante do gigantismo de São Paulo, a maior cidade do Brasil, cujos problemas sociais, econômicos, políticos e culturais exigem dos vereadores envolvimento e dedicação proporcionais à responsabilidade do mandato que exercem?.
Já os vereadores que se posicionaram contra o projeto, afirmam que esse não é o momento para se votar um aumento de salário, em virtude da crise e da queda de arrecadação do município.
Eles lembram que a decisão vai na contramão do que tem defendido o prefeito eleito João Doria (PSDB), que se posicionou diversas vezes contra aumentos nos salários de prefeito, secretários e vereadores. O tucano se comprometeu a doar seu salário. A proposta da Câmara não depende do seu aval, no entanto.
Além do salário, cada um dos 55 vereadores de São Paulo têm direito a R$ 143,6 mil mensais para pagar até 17 assessores, além de uma verba mensal de cerca de R$ 22,1 mil para pagar serviços gráficos, de correios e de deslocamento.