CARACAS – O coordenador eleitoral da Mesa de Unidade Democrática (MUD), Vicente Bello, informou que diretores regionais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) se reuniram com representantes da principal coalizão de oposição na Venezuela e definiram os novos pontos de validação das assinaturas que pedem um referendo revocatório contra o presidente Nicolás Maduro.
Segundo Bello, 300 máquinas que haviam sido destacadas para o processo de validação foram distribuídas por 28 pontos em diferentes municípios, e 26 máquinas que seriam colocadas na Praça Venezuela, no município de Libertador, agora serão espalhadas por seis diferentes centros de votação, incluindo a sede da direção regional do CNE.
Segundo Bello, os eleitores poderão comparecer a qualquer ponto estabelecido no estado em que estejam registrados.
Os eleitores deverão apresentar sua carteira de identidade plastificada e, em seguida, colocar a sua impressão digital, que será verificada afirmou o coordenador, que disse receber relatórios de todas as assinaturas validadas no país. A confirmação de assinaturas é uma operação bastante simples. Teremos relatórios diários das firmas que forem confirmadas.
Bello afirmou, ainda, que a localização de todos os pontos de confirmação será conhecida hoje. Ontem a deputada opositora Delsa Solórzano exortou o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) a não emitir sentenças que pudessem interferir no processo do referendo revocatório.
A paz do país está nas mãos do CNE e do TSJ afirmou a parlamentar.
No fim da tarde, o CNE anunciou que o prazo de inscrição de novos eleitores, que terminaria na quarta-feira, foi estendido até o dia 2 de julho, atendendo a um pedido da Mesa de Unidade Juvenil (MUJ), braço jovem da MUD. Israel Hernández, coordenador da MUJ, destacou que a extensão do prazo foi realizada de maneira secreta.
O CNE tem medo porque sabe que os jovens que estão se registrando querem mudanças na Venezuela denunciou.
Por sua vez, um grupo de 15 países que participam da Assembleia da Organização dos Estados Americanos (OEA), entre eles o Brasil, emitiram um comunicado na madrugada de ontem pedindo respeito à Constituição e às instituições democráticas da Venezuela e apoiando a aplicação justa e oportuna de procedimentos constitucionais, numa referência ao processo contra o mandato de Maduro.
Reunido na República Dominicana, o grupo que inclui também Uruguai, Paraguai e Argentina, integrantes do Mercosul condenou a violência e instou o governo venezuelano a proteger os direitos humanos, garantindo o direito à reunião pacífica e à liberdade de expressão.