Cotidiano

Valorização de terras chega a 216% na região

O levantamento do Deral traz ainda os preços médios das áreas mecanizáveis, que atinge quase R$ 30 mil no Oeste

Nova Aurora – A região Oeste mais uma vez comprova seu potencial agrícola. Não bastassem as safras de grãos que a cada ano batem recordes, com estimativa de 4,09 milhões de toneladas entre as produções de soja, milho e feijão até o próximo ano, outra estatística é superada. A valorização das terras mecanizadas entre os 50 municípios da região chegou a uma média de 216% por hectare, com base no caderno de preços do Deral (Departamento de Economia Rural), da Seab (Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento).

Hoje, a maioria das áreas produtivas da região são mecanizadas e pertencem à classe roxa, ou seja, áreas destocadas, sem restrições para o preparo do solo e plantio, cuja topografia permite operações com máquinas e implementos agrícolas motorizados, podendo ser cultivada ou em pousio, independente da cultura existente, com valor médio por hectare de R$ 37.845.

O levantamento do Deral traz ainda os preços médios das áreas mecanizáveis, que atinge quase R$ 30 mil no Oeste. Em relação às lavouras não mecanizáveis, obteve-se uma média de R$ 17.822. Ainda há lavouras consideradas inaproveitáveis pelo Deral, que são constituídas por solos pedregosos, muito rasos ou inundáveis periodicamente, com relevo íngreme ou reserva de Preservação Permanente, podendo servir apenas como abrigo e proteção de fauna e flora silvestre. As áreas com essas características foram avaliadas por um valor médio de R$ 7,2 mil o hectare. 

Os preços pesquisados poderão servir como um referencial por município, não como valor mínimo ou máximo, tendo em vista que cada propriedade rural tem suas características próprias quanto ao tamanho, localização, vias de acesso, topografia, hidrografia, tipo de solo, capacidade de uso, grau de mecanização, entre outros. Fator que contribui para estipular o valor à propriedade é a moeda de troca utilizada durante a negociação. No Oeste, a base é o preço da saca de soja, que neste ano já ultrapassou os R$ 100. “A região tem terras bem valorizadas por conta de sua estrutura de solo, relevo, clima, etc. A moeda base também influencia nisto, além da pouca oferta de terras agrícolas”, explica o técnico do Deral do Núcleo da Seab em Toledo, Paulo Oliva. Com poucas opções, aqueles que necessitam de mais espaço para produzir, especialmente os grandes produtores, tentam negociar com os donos de propriedades vizinhas. A demanda, muito maior do que a oferta do produto, é mais uma condicionante para gerar os altos valores.

Onde cresceu mais

São José das Palmeiras é o município com a maior variação na região. Em 2016, o Deral confirmou um aumento de 366% no valor por hectare, passando dos R$ 9.018 em 2006 para R$ 42 mil neste ano, seguido de Nova Aurora, com acréscimo de 306%. No município, o hectare foi cotado a R$ 36.951. Jesuítas está entre as cidades do Oeste que tiveram os maiores aumentos percentuais, e possui o hectare ao valor de R$ 42 mil. Ante os preços de 2006, há um crescimento de 301%. A lista ainda é composta por Formosa do Oeste (298%) e Ouro Verde (266%).

Além da maior variação, existe outro ranking regional. Os maiores valores encontrados por hectare chegam a casa de R$ 45 mil em Toledo, seguido por Nova Santa Rosa (R$ 44 mil), Itaipulândia (R$ 43.905), São Miguel do Iguaçu (R$ 42.977) e Iracema do Oeste (R$ 42.500).

Menor variação foi de 65%

Todos os municípios da região tiveram aumentos significativos quanto à valorização das terras mecanizadas. A menor variação entre os municípios analisados foram as lavouras de terras mistas em Terra Roxa. Neste caso, o valor cobrado por hectare chega a R$ 33 mil, um acréscimo de 65% em relação a 2006, ano em que o hectare valia R$ 20 mil. As terras arenosas de Palotina também estão nessa lista, com uma variação de 121%, passando de R$ 11.149 para os atuais R$ 24.600.

Maiores variações          2006      2016      %

São José das Palmeiras    9.018     42.000   366%

Nova Aurora       9.100     36.951   306%

Jesuítas 10.481   42.000   301%    

Formosa do Oeste             10.699   42.560   298%

Ouro Verde do Oeste       11.744   43.000   266%