Brasília – A mineradora Vale quer realizar logo o pagamento de indenização às vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho, com o objetivo de minorar o sofrimento dos atingidos e familiares, disse nessa quinta-feira, 31, o diretor-presidente da empresa, Fábio Schvartsman, após encontro com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
"A nossa intenção foi basicamente revelar a ela [Raquel Dodge] a nossa intenção de acelerar ao máximo o processo de indenização e de atendimento às consequências do desastre”, declarou Fábio Schvartsman a jornalistas.
“Para tanto, nós estamos preparados para abdicar de ações judiciais, nós queremos fazer acordos extrajudiciais, e nós estamos buscando assinar com a maior celeridade possível um acordo com as autoridades do Estado de Minas Gerais que permita que a Vale comece imediatamente a fazer frente a esse processo indenizatório”, acrescentou.
Ao ser questionado, ele ainda disse não haver motivos para temer a prisão de executivos da empresa devido ao desastre, que matou pelo menos cerca de uma centena de pessoas.
Comitê da Vale
A ex-ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Ellen Gracie será coordenadora do Comitê Independente de Assessoramento Extraordinário de Apuração da Vale. O grupo foi criado pela empresa para ajudar o conselho de administração a investigar internamente as causas e responsabilidades pelo rompimento da barragem em Brumadinho (MG).
Graice foi primeira mulher a ocupar uma cadeira no STF e chegou a presidir o tribunal antes de se aposentar, em 2011. Ela foi escolhida após processo de seleção feito pela empresa de consultoria Korn Ferry, mas não há ainda detalhes de como será seu trabalho na apuração da tragédia.
A Vale também apresentou ao Ministério Público e aos órgãos ambientais o plano para tentar conter os rejeitos que vazaram da barragem – ações incluem diques e dragagem. A área impactada, que corresponde a dois parques do Ibirapuera, será dividida em três trechos.