BRUXELAS E ANCARA – O caminho para uma eventual entrada da
Turquia na União Europeia (UE) ainda enfrenta muitos obstáculos, mas o
país conseguiu nesta segunda-feira vencer mais uma barreira dentro do bloco. Reunidos em Bruxelas,
os ministros das Relações Exteriores europeus rejeitaram o pedido da Áustria de
suspender a candidatura do país.
Os chanceleres, no entanto, não deixaram de
criticar a repressão do governo turco a supostos partidários de um golpe militar
fracassado em julho.
Outro ponto que ameaça criar
obstáculos ao país é a decisão anunciada nesta segunda-feira pelo presidente Recep Tayyip
Erdogan: ele disse estar pronto para realizar um referendo no ano que vem sobre
a continuidade das conversas com a UE e reiterou que restauraria a pena de morte
? medida que, se aprovada no Parlamento, provavelmente acabaria com as
esperanças turcas de integrar o bloco.
Em discurso na TV, Erdogan pediu paciência aos turcos e citou o exemplo do
Reino Unido, que promoveu um referendo sobre a saída da UE.
? Vamos ao povo, uma vez que ele
tomará a decisão final. O Reino Unido disse ?vamos sair?, e saiu ? afirmou.
O expurgo promovido pelo governo
de Erdogan após o levante militar estremeceu as relações com a UE e gerou
divisões dentro do bloco. Luxemburgo e Bélgica também criticaram a Turquia, mas
os membros mais poderosos do bloco, França e Alemanha, argumentaram que o fim
das negociações de adesão agora faria mais mal do que bem.