Cotidiano

UFF divulga nesta sexta-feira resultado de verificação racial

2015_819971602-2015052701815.jpg_20150527 (3).jpg RIO- A Universidade Federal Fluminense (UFF) divulga hoje o resultado do processo de verificação de autodeclaração de cor e etnia de candidatos que concorrem a uma vaga na instituição por meio de cotas raciais. Conforme antecipou a coluna de Ancelmo Gois, cerca de 60% dos candidatos que compareceram ao primeiro dia de entrevistas foram reprovados pela comissão da UFF. COTA

Segundo a ONG Educafro, que teve acesso aos dados da primeira rodada de entrevistas, dos 68 alunos agendados para o primeiro dia, 17 não compareceram, outros 40 foram reprovados pela banca e somente 11 tiveram a autodeclaração confirmada. Para se candidatar a uma vaga por meio dessa modalidade de ação afirmativa, a instituição requer, entre outros documentos, um termo de autodeclaração de cor e etnia preenchido e assinado, acompanhado de uma foto colorida no tamanho 5cm X 7cm. Após analisar a documentação, caso a comissão julgue necessário, o candidato é chamado para uma entrevista presencial.

? Não basta dizer que a pessoa é genotipicamente negra, ter no seu sangue apenas uma gota de sangue negro ? defendeu Frei David Santos, coordenador da Educafro, afirmando ainda que pedirá uma reunião com o reitor da UFF para sugerir que a instituição convoque candidatos para uma palestra sobre a questão racial.

POLÍTICA DE INCLUSÃO

Professora titular da UFF e membro de outra comissão formada na universidade no fim do ano passado para evitar fraudes na autodeclaração, Isabel Cruz afirma, no entanto, que a existência de um grupo para verificar o informado pelos candidatos não é o método adequado:

? Considerar a fenotipia (características físicas apresentadas pelo indivíduo) não é o melhor mecanismo. E a heteroclassificação, ou seja, outra pessoa dizer quem eu sou, também não. Eu luto contra isso. O melhor mecanismo é uma política de inclusão do aluno cotista que acompanhe de perto sua vivência na universidade e assim identifique aquele que pertence ou não à população negra conforme suas práticas cotidianas. Isso ajudaria não só a inibir os fraudadores, mas a revelá-los.