RIBEIRÃO PRETO ? A equipe do Aquário de Ubatuba comandou nesta sexta-feira uma operação de resgate de um tubarão-lixa em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. O animal vivia em um aquário de apenas três metros há três anos. Todo o trabalho de socorro demorou 30 horas para ser concluído.
Os agentes do Aquário de Ubatuba viajaram 1,4 mil quilômetros para resgatar o tubarão, que passa a fazer parte do rol marinho da instituição. Durante o transporte para o novo lar, foi preciso realizar paradas de avaliação do estado do animal e da oxigenação da água. Apesar de a domesticação de um bicho do tipo ser considerada crime, neste caso, não houve denúncia. O próprio ex-dono reconheceu o erro e alertou órgãos responsáveis.
? É de extrema importância deixar claro que manter um animal silvestre, aquático ou terrestre em cativeiro é uma infração. Quem a fizer estará sujeito a responder processo de crime ambiental ? explicou o diretor do Aquário de Ubatuba e presidente do Instituto Argonauta, Hugo Gallo.
Gallo explica que operações do tipo são mais comuns do que pode parecer. Ao longo de 21 anos de atuação, ele ressalta ter “pedido a conta” de quantos resgates realizou.
? É muito importante ressaltar que o ambiente doméstico não proporciona os cuidados necessários que os animais silvestres exigem para viver longe de seu habitat natural ? argumentou Gallo.
OPERAÇÃO DE 30 HORAS
Na chegada ao Aquário de Ubatuba, os funcionários constataram que o animal pesava cerca de 25 quilos. O processo de resgate, que durou 30 horas, demandou dos agentes a preparação do ambiente e a avaliação do tubarão antes do transporte.
? Trata-se de uma fêmea jovem. Iremos preparar a qualidade da água antes de removê-la para daí então transporta-la em segurança até Ubatuba ? anunciou a veterinária responsável, Veronica Takatsuka, antes do resgate.
Antes de tocar o animal e levá-lo ao caminhão, os operadores simularam o resgate com um membro da equipe.
? Vamos pegar um membro da nossa equipe e simular como se fosse o tubarão, assim ensaiaremos a operação que inclui: a remoção do aquário, o transporte do animal na maca até a caixa projetada especialmente para o transporte deste animal ? concluiu o biólogo Leandro Santos, que comandou a ação.