WASHINGTON ? O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu um ultimato para os republicanos rebeldes que ameaçam barrar a sua primeira grande lei e reforma do sistema de saúde. Trump deixou claro que quer nesta sexta-feira uma votação na Câmara para derrubar e substituir o Obamacare, depois de a oposição dentro de seu próprio partido forçar o adiamento da sessão na quinta-feira. Obamacare
?Desastroso Obamacare provocou mais custos e menos opções. Isto só vai piorar! Devemos derrogá-lo e substituí-lo. Aprovem a lei!?, escreveu Trump no Twitter, enquanto se reunia com membros de seu partido na noite de quinta-feira.
O Congresso postergou para esta sexta-feira a votação da lei do sistema público de saúde, em um evidente fracasso das tentativas de Trump de conseguir apoio unânime de seu partido. Uma votação preliminar ocorrerá às 10h local (11h de Brasília), antes da votação decisiva, durante a tarde.
O presidente tentou unir os legisladores republicanos para aprovar o projeto, mas seus esforços não deram resultado e o presidente da Câmara optou por adiar a votação. Os republicanos estão claramente divididos sobre o plano para substituir o atual modelo implementado pelo governo de Barack Obama.
O congressista Kevin McCarthy, líder republicano na Câmara, admitiu que o bloco governista ainda não tem os votos necessários para aprovar o projeto. Trump precisa do voto da maioria dos 435 congressistas. Cinco pontos para entender o que é o Obamacare
DUAS CORRENTES
A oposição dos democratas, que defendem com unhas e dentes a continuidade do Obamacare, já era esperada, mas o partido dificilmente poderá mudar o rumo da discussão, visto que é minoria nas duas câmaras.
Por isso, o principal problema do novo presidente é conseguir uma aparentemente difícil unidade do Partido Republicano em torno ao seu projeto de reforma, para cumprir a sua promessa de passar a página do Obamacare.
Em linhas gerais, a bancada republicada está dividida em duas correntes. A primeira, a mais alinhada com Trump, considera que o plano é o que o país precisa para superar o modelo Obamacare. Uma segunda corrente, mais ortodoxa, se opõe ao projeto por considerar que este não é conservador o suficiente e que mantém aspectos importantes do Obamacare.
ALERTA DE OBAMA
Neste cenário de incerteza, o ex-presidente Obama rompeu o silêncio. Em uma nota oficial emitida na quinta-feira pelo sétimo aniversário da aprovação da lei conhecida como Obamacare, fez uma clara advertência.
?Deveríamos partir do ponto de que qualquer mudança no nosso sistema de saúde deve ser para melhorá-lo, e não para torná-lo pior para milhões de trabalhadores americanos?, afirmou Obama. ?Depois de um século de discussões, décadas de tentativas e um ano de debate partidário, nossa geração teve êxito. Finalmente declaramos que nos Estados Unidos a assistência médica não é um privilégio para poucos, mas um direito de todos?.
E em várias oportunidades, Obama insistiu em que era necessário ?continuar construindo a partir dessa legislação?.