Cascavel – Representantes de entidades do setor produtivo e do Poder Público da região Oeste do Paraná estarão reunidos com as lideranças do G7, grupo formado pelas principais entidades representativas do setor produtivo no Estado, para discutir a atualização do Plano Estadual de Logística em Transporte do Estado – PELT 2035.
O encontro de Cascavel, hoje (20), é a terceira de uma série de reuniões que está sendo realizada em todo o Paraná para debater a atualização do Plano de Logística e os principais gargalos para os próximos anos. Além disso, o documento atualizado será entregue ao próximo governador do Paraná e ao próximo presidente da República.
Elaborada em uma construção coletiva que envolveu representantes de diversas entidades, a última versão do PELT foi lançada em 2016. O plano apresenta as necessidades de obras para desenvolver a infraestrutura do Estado em cada uma das regiões e foi entregue ao governador Ratinho Junior e ao presidente Jair Bolsonaro após a eleição de ambos.
Na versão de 2016, eram 99 obras e projetos prioritários para que o Estado elimine gargalos logísticos até 2035, o que resultaria em maior eficiência, menores custos e mais competitividade para o setor produtivo. Do total de intervenções, 60% diziam respeito a rodovias, 15% ao Porto de Paranaguá, 15% a aeroportos e 10% a ferrovias.
De acordo com o coordenador do Conselho Temático de Infraestrutura da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), Edson Vasconcelos, desde o lançamento da última versão do plano, 24% das intervenções já foram concluídas, 55% das demandas já se encontram em fase execução e os outros 21% ainda não tiveram início.
Prioridades da região
Os principais gargalos do Oeste previstos na versão do Plano de Logística em Transporte em 2016 eram nos modais rodoviário, ferroviário e aeroviário. A última versão do PELT previa que a necessidade de investimentos nos aeroportos de Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu. Segundo Vasconcelos, esse foi justamente um dos modais que receberam a devida atenção e investimentos. “Na nossa região o aeroporto que tinha dificuldades, saiu do papel.”
Já no modal ferroviário a implementação da Nova Ferroeste, ligando Maracaju-MS ao Porto de Paranaguá, com implantação de ramal ligando Santa Catarina ao Oeste do Paraná eram as prioridades. Nesse modal também houve avanço. O projeto da Nova Ferroeste já foi finalizado e deverá ser licitado entre esse ano e o próximo.
Contudo, segundo Vasconcelos, os investimentos no setor rodoviário foram os que menos avançaram desde 2016. A duplicação da BR-163, trecho entre Cascavel e Marmelândia, distrito de Realeza, por exemplo, que era uma das prioridades do PELT, e uma expectativa de que o governo Federal finalizasse, segue paralisada. Já obras que eram necessárias e não tinham uma previsão de início, começaram e estão quase finalizadas, como a reestruturação do Trevo Cataratas, em Cascavel.
Segundo Vasconcelos, nas concessões das rodovias do Estado estão previstas as principais obras de infraestrutura do PELT. Contudo, segundo ele, o atraso na licitação das concessões prejudicou o modal.
Obra de reconfiguração do Trevo Cataratas, que não estava prevista no plano, já está em fase de conclusão
Foto: Secom
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Visão de longo prazo e planejamento
De acordo com Vasconcelos, os encontros regionais para atualização do PELT são importantes para que o Estado tenha uma visão de longo prazo que oriente o planejamento na área. “A revisão do PELT, entendendo aquilo em que avançamos e de que forma avançamos, além daquilo que temos que colocar em pauta agora em um ano eleitoral para conseguir fazer um alinhamento com os governantes, é de suma importância.”
Os modais ferroviário e rodoviário estão entre as prioridades para o setor produtivo. “O Paraná tem destaque na indústria do agro, por isso entendemos que a ferrovia, que está na iminência de sair, é um dos tópicos importantes. O término do processo de concessão das rodovias também é uma expectativa muito grande, sempre priorizando a eficácia e o custo logístico”, explicou.
Além disso, obras que não eram prioridades em 2016 agora passam a ser importantes para a logística, como por exemplo, a construção de um Contorno Norte em Cascavel.
Além de Cascavel, a cidade de Londrina e Maringá também já recebeu uma reunião para atualização do PELT 2035. A série de encontros regionais segue em Francisco Beltrão (21), Pato Branco (22), Guarapuava (27), Ponta Grossa (28) e Curitiba (29).
O trabalho tem coordenação técnica do Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná e conta com a parceria de entidades como o Movimento Pró-Paraná, Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), além do G7 – grupo do qual fazem parte a Fiep e as Federações da Agricultura (Faep), do Comércio (Fecomércio), das Cooperativas (Ocepar), dos Transportes (Fetranspar) e das Associações Comerciais (Faciap), além da Associação Comercial do Paraná (ACP).