Curitiba – Os repasses do Governo do Estado para os municípios do Paraná, conduzidos pela Secretaria estadual da Fazenda, já totalizaram R$ 11,5 bilhões em 2023, segundo dados do Portal da Transparência. Os valores se referem às transferências feitas até o dia 15 de dezembro. Mesmo sem contabilizar os repasses dos últimos dias do ano, a cifra já representa um crescimento nominal de 46% ante o registrado em 2018, quando os repasses haviam somado R$ 7,8 bilhões. Em termos reais, descontada a inflação pelo IPCA nos últimos cinco anos, o aumento é de 10,5%.
“Esse aumento nos repasses em andamento para os municípios paranaenses é um compromisso financeiro do Estado, visto que são previstos constitucionalmente. A Fazenda também os trata como prioridade para fortalecer os serviços essenciais à população nas cidades”, destaca o secretário da Fazenda, Renê Garcia Junior.
Os recursos transferidos a partir do Tesouro Estadual correspondem à parcela da arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), do Fundo de Exportação e dos royalties do petróleo, que são arrecadados pelo Estado.
IMPOSTOS
Do montante repassado em 2023, mais de R$ 8,17 bilhões foram referentes ao ICMS. O valor depositado aos municípios corresponde a 25% do arrecadado pelo Estado com esse tributo, descontados os 20% direcionados ao Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). A transferência relativa ao IPVA, cuja arrecadação tem 50% de destinação municipal, foi de R$ 3,19 bilhões.
O Fundo de Exportação somou R$ 86,7 milhões aos cofres municipais, enquanto os royalties de petróleo foram de R$ 7,17 milhões até 15 de dezembro de 2023. As transferências constitucionais são direcionadas para serviços públicos essenciais, tais como saúde, educação, segurança pública, transporte e infraestrutura, beneficiando diretamente a população.
As transferências de recursos aos municípios são feitas de acordo com o IPM (Índice de Participação dos Municípios), e seguem as regras estabelecidas pela Constituição Federal. Os índices são calculados anualmente e levam em consideração uma série de critérios definidos na legislação estadual. Cada ajuste no índice é então aplicado no ano subsequente.
COMPENSAÇÃO
O aumento nos repasses também reflete a compensação em perdas de arrecadação do ICMS, iniciada em junho pela União. Após intensas negociações entre estados e governo federal, um acordo homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) estipulou que o Paraná receberá um total de R$ 1,83 bilhão até 2025. A compensação cobre parte das perdas decorrentes das leis complementares federais 192 e 194/2022, que determinaram uma redução das alíquotas dos combustíveis, energia elétrica e telecomunicações.
Além do valor compensado em 2023, o Ministério da Fazenda antecipou as parcelas previstas para o ano que vem. Consequentemente, ao longo do mês de dezembro, a Secretaria da Fazenda também repassa aos municípios paranaenses a parcela que lhes é garantida constitucionalmente na antecipação. Até o fim do ano, a pasta deve transferir R$ 229,34 milhões inicialmente programados para 2024. Essas transferências por data, detalhadas por município, e considerando as deduções do Fundeb com base nos índices de 2022, podem ser visualizadas nesta página.
Valores de 2018 a 2023
2018 – R$ 7.849.832.453,20
2019 – R$ 8.123.142.902,53
2020 – R$ 8.229.581.237,29
2021 – R$ 9.856.803.233,88
2022 – R$ 11.015.740.231,26
2023 – R$ 11.470.593.463,71
(até 15/12)
Cidades que mais receberam:
1 – Curitiba (R$ 1,468 bilhão)
2 – Araucária (R$ 617,2 milhões)
3 – São José dos Pinhais (R$ 417,9 milhões)
4 – Londrina (R$ 376,6 milhões)
5 – Maringá (R$ 362,7 milhões)
6 – Cascavel (R$ 294,8 milhões)
7 – Ponta Grossa (R$ 294,3 milhões)
8 – Foz do Iguaçu (R$ 231 milhões)
9 – Toledo (R$ 197,5 milhões)
10 – Guarapuava (R$ 170,7 milhões)
11 – Paranaguá (R$ 138,0 milhões)
12 – Castro (R$ 115,3 milhões)
13 – Pinhais (R$ 107,9 milhões)
14 – Colombo (R$ 105 milhões)
15 – Campo Largo (R$ 100,5 milhões)
16 – Arapongas (R$ 98,1 milhões)
17 – Telêmaco Borba (R$ 91 milhões)
18 – Cambé (R$ 86,7 milhões)
19 – Pato Branco (R$ 85,2 milhões)
20 – Ortigueira (R$ 83,2 milhões)
Foto: Arquivo AEN