Chás e ervas são receitas que passam de geração em geração, auxiliando na diminuição de desconfortos físicos e emocionais. Em Toledo, o uso da fitoterapia tem ganhado mais espaço nos atendimentos de saúde.
A Secretária Municipal de Saúde, Denise Liell e a Diretora de Assistência Farmacêutica, Adriane Monteiro, representaram Toledo na última semana de um evento do Conselho Federal de Farmácia em Brasília – DF. Elas fizeram um relato da experiência do município após o curso Cuidado Farmacêutico no SUS. O destaque foi para o crescimento da Fitoterapia nas unidades de saúde pública de Toledo.
Atualmente o município conta com dois consultórios farmacêuticos em cada Farmácia Básica e nos últimos meses foram realizadas 27 consultas e 250 procedimentos farmacêuticos, como teste de glicemia e aferição de pressão arterial. “Parece um número pequeno, mas os resultados para o município são grandiosos e estão transformando para melhor a saúde de toda região”, disse Denise.
FITOTERAPIA
Em Brasília elas ainda informaram que com o incentivo, após o curso e apoio dos gestores locais, foram ampliadas as linhas de produção oferecidas pela Farmácia de Manipulação e a Assistência Farmacêutica na Farmácia Escola. Também foram ampliadas e adequadas a dispensação de plantas medicinais e fitoterápico na assistência farmacêutica. O sistema informatizado também foi adaptado. E, por último, os profissionais da saúde e demais envolvidos passaram por qualificação técnica para a toda a cadeia de fitoterápicos. “Essa capacitação foi ofertada em um outro momento, oferecido pela gestão municipal, como incentivo à fitoterapia na região”, completou Denise.
“E já temos alguns resultados desse incentivo à Fitoterapia, com encaminhamento de estudos clínicos de confirmação de eficácia, ampliação do número de produtos na Farmácia Escola por solicitação dos profissionais, produção de plantas medicinais pro agricultores de Toledo através da Associação de Produtores Orgânicos e a replicação, em outros municípios do Paraná, do modelo de curso e dos meios de incentivo para a inserção dos fitoterápicos no âmbito do SUS”, concluiu.
Para o conselheiro federal pelo estado do Paraná, Valmir de Santi, o curso vem transformando a realidade no SUS em muitos municípios. “Já não me refiro mais à atividade como um projeto. Ele se tornou uma realidade e vem transformando a saúde pública de várias cidades Brasil afora. Relatos como esse nos dão a certeza de que estamos suprindo uma necessidade que há tempos era demandada. A população carece dos serviços e de alternativas para o cuidado com a sua saúde”, comentou.
Elaborado pelo Grupo de Trabalho sobre saúde pública/CFF, a capacitação, atualmente, tem carga horária de 96 horas, distribuídas em 6 módulos presenciais de 16 horas. E durante a realização do curso, os alunos têm o acompanhamento, online, de tutores, a fim de fornecer suporte técnico. E esses tutores são profissionais com experiência na área de gestão da assistência farmacêutica e ao processo de cuidado farmacêutico para implantação do serviço.
O primeiro módulo, de introdução, tem como conteúdo o arcabouço conceitual, marcos legais, métodos e instrumentos e legislação como a Política Nacional de Segurança do Paciente. Os outros módulos são de temas específicos como: Problemas de saúde autolimitados; Hipertensão Arterial Sistêmica; Diabetes mellitus tipo 1 e 2; Fitoterápicos; e Saúde Mental.
Após o término do curso, que dura oito meses, os farmacêuticos estão aptos a atuar de forma integrada às equipes de saúde ofertando serviços como acompanhamento a pacientes com hipertensão, diabetes e doenças mentais. Os profissionais também estão sendo capacitados para a inserção da fitoterapia no arsenal terapêutico destinado aos usuários do SUS. Nos locais onde a prática integrativa já é utilizada, eles reforçam o grupo responsável pela prescrição e acompanhamento do uso de fitoterápicos.