O vice-prefeito e secretário municipal da Cultura de Toledo, Tita Furlan, anunciou nesta semana, a criação do Concurso Literário Oscar Silva, destinado a edição de livros de autores locais, e a liberação de recursos para reforma, adaptação e equipamento do 2º piso do Centro Cultural Oscar Silva, para instalação de sedes da ALT (Academia de Letras de Toledo) e do Clube da Poesia, além de espaço cultural de uso coletivo ou comunitário.
As boas notícias foram dadas em evento realizado na Biblioteca Pública Municipal, em comemoração aos 50 anos de lançamento do 1º livro de Toledo, “Água do Panema”, do escritor e historiador Oscar Silva, no dia de seu 53º aniversário, em 16 de janeiro de 1968, com sessão de autógrafos na então Livraria do Comércio, pertencente ao saudoso escritor e historiador Ondy Hélio Niederauer, fundador da Cadeira 16 da ALT e falecido em 1º de fevereiro de 2012.
Além de anunciar importantes conquistas para a literatura de Toledo, nas comemorações de seu cinqüentenário, Tita Furlan destacou a importância de Oscar Silva para a consolidação da identidade cultural da cidade e da cultura regional, como escritor, historiador, fundador e 1º presidente do Conselho Municipal de Cultura e coordenador do Projeto História da Prefeitura local, que produziu diversas obras literárias históricas.
Oscar Silva
O escritor Oscar Silva, autor do cinqüentenário livro “Água do Panema”, editado pela Gráfica e Editora Menoti, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, patrono da Cadeira 03 da ALT, nasceu em Santa do Ipanema, no Estado de Alagoas, em 16 de janeiro de 1915.
Como servidor federal chegou a Toledo em 19 de março de 1963, ocupando a função de primeiro coletor da cidade, na qual permaneceu até se aposentar, na década de 80, quando passou a coordenar o Projeto História, da Prefeitura local, que editou diversas obras coletivas e históricas.
Conforme Pitágoras da Silva Barros, seu pai “com alicerce no submundo social da terra natal, era desses nordestinos teimosos que muito se orgulhavam das pedras no caminho de sua origem proletária”.
“Vindo ao mundo no primeiro ano de grande seca do século passado, em 1915, operário de tecelagem, balconista de botequim, integrante da Polícia Militar que combateu Lampião, servidor público civil estadual e depois funcionário dos Correios e do Ministério da Fazenda, por todas essas trilhas passou, enfrentando incompreensões, injustiças e ‘comendo o pão que o diabo amassou’, lembra Pitágoras.
“Enveredando pela política, sua entrada aí só poderia ser a do lado esquerdo, esquerda esta que, além de algumas cadeias, lhe renderia sérios prejuízos na vida profissional. Na literatura, por sua vez, autodidata e petulante, muita gente não lhe iria perdoar a ousadia do ingresso como escritor e muito menos as editoras lhe abririam as portas”, recorda.
“E daí? Daí que quem escreve quer ser lido – dizia ele. E o nordestino teimoso só encontrou um caminho: publicar às suas expensas o que fosse escrevendo. Foi, junto com Edílio Ferreira e Wilson Carlos Kuhn, os pilares de sustentação da cultura toledana e oestina”, acrescenta Pitágoras.