Cotidiano

Tiro, veneno e forca: mortes suspeitas de opositores marcam governo Putin

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RIO – Os anos de Vladimir Putin à frente do poder na Rússia foram marcados, entre outro, pelas mortes em circunstâncias suspeitas de opositores de alto escalão. Jornalistas, líderes da oposição, um ex-espião e um bilionário que teve seus bens confiscados foram assassinados ou apareceram mortos em casos que chocaram o mundo.

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O ex-espião Alexander Litvinenko, que era funcionário da KGB, fugiu da Rússia e se estabeleceu em Londres, onde se tornou um duro crítico de Putin. Em 2006, ficou subitamente doente, com traços de envenenamento deliberado de polônio em um hotel da capital. Agonizando no hospital, acusou dois agentes que haviam sido seus colegas ? e atribuiu o ataque a Putin.

Investigações britânicas apontam que o polônio ?muito provavelmente? veio de um reator químico controlado pelo Ministério de Energia Atômica russo. A dupla apontada como responsável pela morte deixou um rastro de radioatividade por onde passou após a morte. Eles nunca foram entregues por Moscou à Justiça do Reino Unido.

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Importante líder da oposição russa, Boris Nemtsov foi morto a tiros em uma rua no centro de Moscou em fevereiro de 2015, dias antes de participar de uma marcha promovida por ele contra o governo. Nemtsov, de 55 anos, fundou e comandou uma série de partidos de oposição, o último deles, o Partido Republicano da Rússia (RPR-PARNAS, na sigla em russo), e se tornou um crítico feroz do presidente russo, Vladimir Putin.

Segundo o presidente Petro Poroshenko, o político pretendia apresentar provas do envolvimento da Rússia no conflito separatista da Ucrânia. Um acusado chegou a ser preso e julgado, mas disse ter sido forçado a confessar o crime, alegando inocência e ter sofrido agressões na cadeia.

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Jornalista e crítica de Putin, Anna Politovskaya foi assassinada a tiros em elevador de seu prédio em 7 de outubro de 2006 ? dia do aniversário do presidente. Três ativistas ligados a ela também foram mortos nos anos seguintes. Em 2014, cinco homens foram condenados pelo crime, mas mandantes nunca foram descobertos.

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O magnata Boris Berezovsky ajudou a eleger Putin, mas passou para a oposição e teve que se refugiar em Londres, sendo condenado à revelia por corrupção e tendo seus bens confiscados. Foi encontrado morto em 2013 com sinais de enforcamento. A polícia não chegou à conclusão se foi suicídio ou assassinato.