Cotidiano

Theresa May assume como primeira-ministra do Reino Unido

LONDRES — Theresa May assumiu o cargo de primeira-ministra do Reino Unido nesta quarta-feira, depois de aceitar o convite da rainha Elizabeth II para formar governo. Ela substitui o premier David Cameron, após uma série de turbulências políticas causadas pela decisão do país de sair da União Europeia (UE). May terá agora o desafio de negociar a ruptura com o bloco e unir o Partido Conservador e um país profundamente divididos pelo Brexit.

Em seu último discurso diante da residência oficial que usou como premier britânico, Cameron fez um balanço de seu governo e afirmou que a economia está melhor agora. O agora ex-premier estava ao lado da mulher e dos três filhos.

— Acredito que Theresa oferecerá força e liderança no momento em que o Reino Unido deixa a UE — disse.

Apesar de ser eurocética por convicção, no início do ano decidiu se manter fiel a Cameron e defender a permanência do país na UE. Mas, se ela se limitou a advogar pela causa o mínimo necessário, por outro lado continuou insistindo sobre a necessidade de reduzir a imigração, tema preferido entre os pró-Brexit, tornando-se alguém bem vista para ambos os grupos.

Casada e com 59 anos, May é considerada por muitos uma nova “Dama de Ferro”. Ela está na ala mais à direita do partido conservador. No entanto, durante a campanha para o referendo, abordou alguns temas sociais tentando conquistar os eleitores e também romper com a imagem de frieza.

No ministério do Interior, que ela ocupava desde 2010, adotou uma linha muito firme em temas como a delinquência, imigração ilegal ou pregadores islâmicos.

Ela não escapa às comparações com sua ilustre predecessora “Maggie” Thatcher, igualmente eurocética. O tabloide “The Sun” a apelidou de “Maggie May”.

Mas ela parece mais próxima de uma Angela Merkel, a chanceler alemã, com quem compartilha o fato de ser filha de um reverendo, conservadora, pragmática, aberta ao compromisso, casada há muitos anos e sem filhos.