BRASÍLIA – Em reunião com a frente parlamentar agropecuária nesta quinta-feira, o presidente Michel Temer informou que editará um decreto nos próximos dias endurecendo as regras de fiscalização e penalização a fiscais sanitários para evitar novas irregularidades, como as deflagradas pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
O presidente afirmou aos parlamentares que até o dia 29 deste mês já pretende editar o decreto com nova regulamentação de inspeção sanitária. A ideia, segundo participantes da reunião, é atualizar o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Rispoa), decreto da década de 1950.
? Temer anunciou que até o dia 29 vai fazer um decreto com nova regulamentação de inspeção sanitária endurecendo a fiscalização e penalização para quem cometer qualquer tipo de irregularidade ? afirmou o presidente da frente agropecuária, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT).
OFENSIVA SOBRE A CHINA
Em outra frente, para tentar minimizar o prejuízo comercial brasileiro com a suspensão da importação, Temer fará uma ofensiva sobre o governo chinês, que suspendeu as exportações de produtos brasileiros, não apenas dos frigoríficos investigados. China e Hong Kong bloquearam totalmente a importação de carne brasileira. Temer conversará ainda hoje com o governo chinês por videoconferência, na tentativa de normalizar a situação.
O deputado Nilson Leitão estima que, se o embargo chinês à importação de carne brasileira não for suspenso nos próximos vinte dias, apenas no Sul do país o desemprego pode atingir 100 mil pessoas.
Na reunião, os deputados reclamaram a Temer sobre a forma como a Operação Carne Fraca foi divulgada, gerando pânico na população e nos países importadores da carne brasileira. Eles fizeram um apelo para que o governo “puxe a autoridade” para o Palácio do Planalto e melhore a comunicação do governo. Segundo os presentes, o presidente concordou com as ponderações do grupo.
? Pedimos que o governo puxe a autoridade para o Planalto. A obrigação da polícia é punir e investigar, mas anúncios com impacto comercial é necessário que venham do governo, ou do ministro ou do secretário nacional de Agropecuária ? contou o deputado.