BRASÍLIA – O presidente Michel Temer comemorou a privatização de quatro aeroportos, após leilão na Bovespa nesta quinta-feira. Temer disse que o leilão foi um “sucesso”, e deu créditos à Secretaria Geral da Presidência, que toca a parte de concessões e é chefiada por Moreira Franco, um dos seis ministros do governo citados na lista do Janot.
“O leilão dos aeroportos teve ágio de R$ 700 mi. Acerto do programa de concessões #PPI a cargo da Secretaria Geral da Presidência da República”, escreveu o presidente no Twitter, citando o ágio ? diferença entre preços mínimos e preços finais no leilão ? de 93,75% do valor global, emendando:
“Sucesso o leilão dos aeroportos de Fortaleza, Porto Alegre, Salvador e Florianópolis. Reconquistamos credibilidade no cenário internacional”.
Três grupos europeus arremataram os quatro aeroportos oferecidos pelo governo federal: Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre. O terminal de Fortaleza ficou com a alemã Fraport, por R$ 425 milhões. A oferta mínima era de R$ 360 milhões. A Fraport também levou o aeroporto gáucho, com lance de R$ 290,512 milhões, frente à oferta inicial de R$ 31 milhões.
A francesa Vinci arrematou o terminal baiano por R$ 660,943 milhões, como única interessada. Já o aeroporto de Florianópolis ficou com a alemã Zurich, por R$ 83,3 milhões, contra valor inicial de R$ 53 milhões.
Moreira Franco, que era secretário do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) e foi promovido a ministro do Palácio do Planalto em fevereiro, foi implicado na lista com pedidos de inquérito que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última terça-feira, com base em 78 colaborações premiadas de ex-executivos da Odebrecht.
Segundo delação de Paulo Cesena, ex-presidente da Odebrecht Transport, o ministro recebeu R$ 4 milhões, em nome do PMDB, em 2014. À época, no governo Dilma Rousseff, ele ocupava a Secretaria de Aviação Civil e tinha papel central em concessões de aeroportos.
Também estão na lista de Janot os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Bruno Araújo (Cidades), Marcos Pereira (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Aloysio Nunes (Relações Exteriores), e Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.