PARIS ? A líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, recusou-se a ser interrogada sobre o caso em que é acusada de fazer pagamentos ilegais para funcionários com recursos da União Europeia (UE). A decisão da candidata à Presidência da França foi divulgada nesta sexta-feira por seu advogado. Le Pen havia sido convocada pela polícia a depor na quarta-feira. A líder do partido Frente Nacional disse que atenderá qualquer convocação, mas apenas depois das eleições deste ano.
? Não responderei durante a campanha eleitoral ? disse Le Pen, favorita no primeiro turno das eleições, no dia 23 de abril. ? Este período não permite nem a neutralidade nem a serenidade necessárias para o correto funcionamento da justiça
Protegida por seu foro privilegiado de deputada, ela não pode ser obrigada a comparecer ante a polícia nem ser submetida a qualquer medida coercitiva.
A chefe de gabinete, Catherine Griset, e o guarda-costas, Thierry Legier, de Le Pen foram interrogados pelas autoridades. Le Pen é acusada de ter feito pagamentos a funcionários do partido que preside, com recursos da UE, durante sua Legislatura de 2011-2012 no Parlamento Europeu. Ela nega as acusações e diz ser vítima de ?truques sujos da política?.
A líder de extrema-direita ganhou terreno na eleição presidencial francesa sobre os principais rivais, o independente Emmanuel Macron e o conservador François Fillon, mas ainda perderia para qualquer um deles no segundo turno, em 7 de maio, segundo indicou uma pesquisa na última segunda-feira.
Este não é o primeiro escândalo de corrupção na corrida presidencial francesa. O conservador François Fillon viu sua popularidade cair após ser acusado de pagar a mulher e os filhos por empregos-fantasma.