SÃO PAULO. Relatórios produzidos por peritos da Polícia Federal mostram que Fernando Bittar e Jonas Suassuna não pagaram por reformas realizadas no sítio Santa Bárbara, usado pelo ex-presidente Lula em seus períodos de folga depois que deixou a Presidência. De acordo com os documentos, benfeitorias avaliadas em R$ 1,030 milhão foram realizadas entre 2010 e 2011, mas não constam das declarações de imposto de renda ou movimentação financeira dos investigados.
Na movimentação financeira de Bittar, a PF identificou apenas um gasto relacionado ao sítio, no valor e R$ 51,7 mil, em julho de 2011, para compra de um gerador de energia.A Lava-Jato investiga as obras realizadas no sítio – há indícios de que foram realizadas pelas empresas Odebrecht, OAS e por José Carlos Bumlai. Os investigadores também apuram a origem de recursos usados para comprar os imóveis, em 2010.
Bittar declarou ao Fisco que pagou R$ 500 mil por uma parte no sítio – a outra metade foi comprada por Jonas Suassuna. A aquisição foi realizada em 2010, à vista. Bittar afirma ter recebido os valores para comprar sua parte mediante empréstimo realizado por seu pai, Jacó Bittar, sindicalista e amigo de longa data de Lula. A PF identificou que Jacó transferiu R$ 1,28 milhão para o filho no período analisado pela Receita – é um valor menor que o declarado à Receita (R$ 1,54 milhão).
Segundo avaliação feita por peritos, a parte dele no imóvel valia mais que o dobro do que foi pago – R$ 1,155 milhão – por isso os agentes entendem é preciso investigar o motivo de haver esta diferença de R$ 655 mil a menos. Até 21h desta quinta-feira, os advogados de Suassuna e Bittar não tinham sido localizados para comentar o relatório da PF.