TRÍPOLI O número de corpos de imigrantes que se afogaram tentando cruzar o Mar Mediterrâneo subiu para 104, disse nesta sexta-feira a Marinha da Líbia. As autoridades temem encontrar mais vítimas dos naufrágios de embarcações clandestinas, que levam refugiados em perigosas travessias ao continente europeu.
Nas redes sociais, a ONG Crescente Vermelho afirmou que o número de imigrantes encontrados mortos nas últimas horas nas praias ocidentais da Líbia já chegou a 117.
Centenas de imigrantes morreram em acidentes marítimos na semana passada, quando as partidas da costa norte-africana rumo à Itália aumentaram. Acredita-se que muitos dos barcos zarparam nos arredores de Zuwara e Sabratha, no noroeste líbio.
Até quinta-feira à noite, encontramos 104 corpos de migrantes, mas tememos que o balanço aumente afirmou o coronel Ayub Qasem, porta-voz da Marinha da Líbia.
Autoridades dizem que a maioria dos imigrantes parecia ser da África subsaariana, embora seus corpos estivessem decompostos e não tenha ficado claro quando se afogaram. Os corpos de pelo menos duas crianças foram recuperados.
O porta-voz da Guarda Costeira de Trípoli disse que nenhum barco de imigrantes foi interceptado nos últimos dois dias, e os mares mais revoltos impediram a saída de patrulhas. crescentevermelholibia
Mais de 40 mil imigrantes já cruzaram o Mediterrâneo neste ano. Eles partiram do norte da África em direção às praias italianas. Traficantes cobram pelo transporte de pessoas na perigosa jornada, o que confirma em grande parte o aumento acentuado nas travessias desde 2014.
Os imigrantes pagam centenas de dólares por lugares nos barcos, muitos deles embarcações infláveis frágeis que ou afundam ou são recolhidas por missões internacionais de resgate.
A Líbia vem sofrendo com o caos político e a ausência das forças da lei no país, o que abre uma oportunidade para que traficantes expandam suas atividades ao longo das rotas da África subsaariana um trabalho que muitas vezes conta com o respaldo de milícias locais. A União Europeia estima que o tráfico de pessoas represente entre 30 e 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do noroeste da Líbia.