Cotidiano

Site do GLOBO 20 anos: A evolução do videojornalismo na internet

RIO ? No princípio era a palavra, não por escolha, mas por limitações técnicas. Quando o site do Globo foi ao ar, em julho de 1996, jornalismo em vídeo era restrito às emissoras de TV, que possuíam infraestrutura e know-how para tal. As fotos eram poucas, pequenas e com baixíssima resolução, para que os bits pudessem ser transmitidos pela incipiente rede. Na época, conexão com velocidade maior que míseros 9.600 bits por segundo era um luxo.

? As fotos já existiam, mas eram poucas. Elas demoravam para carregar – lembra Cristina De Luca, colunista de Tecnologia da CBN e ex-editora do site do GLOBO. ? Para não pesar muito, a gente usava muito texto e hiperlinks.

Hoje, estimativas apontam que os vídeos ocupam cerca de 70% do tráfego global na internet. Essa revolução que aconteceu nas últimas duas décadas é resultado de uma combinação de fatores, com destaque para o rápido desenvolvimento de dispositivos móveis, melhoria na infraestrutura de rede e uma mudança cultural.

De acordo com dados da Akamai, a velocidade média da internet brasileira ainda é considerada baixa. No ranking global, o país ocupa a 88ª posição, com 4,1 megabits por segundo, abaixo da média de 5,6 Mbps. Mas mesmo no Irã, último país da lista, a velocidade média supera 1,3 Mbps, o suficiente para rodar vídeos on-line.

E para a produção dos vídeos, entraram em cena os celulares. Até meados da década passada, filmadoras eram caríssimas e pouco práticas. A principal mídia era a fita, que tinha problemas de compatibilidade entre fabricantes, mas isso ficou para trás com a inclusão de câmeras, que faziam fotos e vídeos, nos telefones móveis. Em 2008, a agora finada Nokia se transformou na maior fabricante de câmeras no mundo, superando marcas tradicionais do setor, como Kodak, Sony e Canon.

No aspecto cultural, surgiu o YouTube, primeira plataforma de vídeos on-line a se popularizar na internet. O site foi lançado em 2005 e, desde então, não parou de crescer. Hoje, possui mais de 1 bilhão de usuários, que publicam 400 horas de conteúdo em vídeo por minuto. Em 2010, eram ?apenas? 35 horas por minuto.

? O YouTube surgiu como um grande repositório de filmes. Pela primeira vez, as pessoas tinham onde publicar e assistir vídeos pela internet ? diz Eduardo Brandini, diretor de conteúdo do YouTube Brasil. ? As pessoas passaram a ter um dispositivo na mão e uma plataforma para distribuir o conteúdo que produzissem.

Essa revolução, claro, impactou o jornalismo. Hoje, em qualquer evento de grande repercussão, os veículos de comunicação tradicionais correm atrás de imagens produzidas por pessoas comuns, com seus smartphones, que são rapidamente compartilhadas por redes sociais. Quiçá, transmitidas ao vivo, diretamente do local onde o fato acontece.

? No passado, os jornalistas eram as testemunhas oculares da História. Hoje, são bilhões de testemunhas oculares da História, com um celular na mão para gravar os acontecimentos e compartilhar nas redes sociais ? diz Brandini.

Atentas às rápidas mudanças no cenário tecnológico, as redações correram para se adaptarem ao novo mundo dos vídeos. No GLOBO existe uma unidade específica para este tipo de mídia desde 1998, e ela ganhou importância nos últimos dois anos. Paulo Moreira, editor da equipe, explica que o foco é no leitor que usa dispositivos móveis para ter acesso ao conteúdo e, por isso, o modelo é diferente da televisão tradicional.

? O foco é no mobile ? diz Moreira. ? O vídeo é curto, pensando no leitor que não tem banda larga no celular, e com lettering legível em smartphones, para quem não está com o fone de ouvido.

Moreira explica que ainda não existe um modelo definido pela indústria, e talvez nunca exista, já que o mercado de internet muda rapidamente. Por isso, experimentos são feitos periodicamente, para ?não envelhecer?. A unidade também investe em transmissões em novas ferramentas, como os vídeos ao vivo no Facebook e Snapchat.

? Todo mundo está buscando um modelo, no método de tentativa e erro ? diz Moreira. ? A gente tenta mudar o estilo a cada seis meses. A resposta da web é muito rápida, o que funciona agora, daqui a poRIO ? No princípio era a palavra, não por escolha, mas por limitações técnicas. Quando o site do Globo foi ao ar, em julho de 1996, jornalismo em vídeo era restrito às emissoras de TV, que possuíam infraestrutura e know-how para tal. As fotos eram poucas, pequenas e com baixíssima resolução, para que os bits pudessem ser transmitidos pela incipiente rede. Na época, conexão com velocidade maior que míseros 9.600 bits por segundo era um luxo.

? As fotos já existiam, mas eram poucas. Elas demoravam para carregar – lembra Cristina De Luca, colunista de Tecnologia da CBN e ex-editora do site do GLOBO. ? Para não pesar muito, a gente usava muito texto e hiperlinks.

Hoje, estimativas apontam que os vídeos ocupam cerca de 70% do tráfego global na internet. Essa revolução que aconteceu nas últimas duas décadas é resultado de uma combinação de fatores, com destaque para o rápido desenvolvimento de dispositivos móveis, melhoria na infraestrutura de rede e uma mudança cultural.

De acordo com dados da Akamai, a velocidade média da internet brasileira ainda é considerada baixa. No ranking global, o país ocupa a 88ª posição, com 4,1 megabits por segundo, abaixo da média de 5,6 Mbps. Mas mesmo no Irã, último país da lista, a velocidade média supera 1,3 Mbps, o suficiente para rodar vídeos on-line.

E para a produção dos vídeos, entrou em cena os celulares. Até meados da década passada, filmadoras eram caríssimas e pouco práticas. A principal mídia era a fita, que tinha problemas de compatibilidade entre fabricantes, mas isso ficou para trás com a inclusão de câmeras, que faziam fotos e vídeos, nos telefones móveis. Em 2008, a agora finada Nokia se transformou na maior fabricante de câmeras no mundo, superando marcas tradicionais do setor, como Kodak, Sony e Canon.

No aspecto cultural, surgiu o YouTube, primeira plataforma de vídeos on-line a se popularizar na internet. O site foi lançado em 2005 e, desde então, não parou de crescer. Hoje, possui mais de 1 bilhão de usuários, que publicam 400 horas de conteúdo em vídeo por minuto. Em 2010, eram ?apenas? 35 horas por minuto.

? O YouTube surgiu como um grande repositório de filmes. Pela primeira vez, as pessoas tinham onde publicar e assistir vídeos pela internet ? diz Eduardo Brandini, diretor de conteúdo do YouTube Brasil. ? As pessoas passaram a ter um dispositivo na mão e uma plataforma para distribuir o conteúdo que produzissem.

Essa revolução, claro, impactou o jornalismo. Hoje, em qualquer evento de grande repercussão, os veículos de comunicação tradicionais correm atrás de imagens produzidas por pessoas comuns, com seus smartphones, que são rapidamente compartilhadas por redes sociais. Quiçá, transmitidas ao vivo, diretamente do local onde o fato acontece.

? No passado, os jornalistas eram as testemunhas oculares da História. Hoje, são bilhões de testemunhas oculares da História, com um celular na mão para gravar os acontecimentos e compartilhar nas redes sociais ? diz Brandini.

Atentas às rápidas mudanças no cenário tecnológico, as redações correram para se adaptarem ao novo mundo dos vídeos. No GLOBO existe uma unidade específica para este tipo de mídia desde 1998, e ela ganhou importância nos últimos dois anos. Paulo Moreira, editor da equipe, explica que o foco é no leitor que usa dispositivos móveis para ter acesso ao conteúdo e, por isso, o modelo é diferente da televisão tradicional.

? O foco é no mobile ? diz Moreira. ? O vídeo é curto, pensando no leitor que não tem banda larga no celular, e comlettering legível em smartphones, para quem não está com o fone de ouvido.

Moreira explica que ainda não existe um modelo definido pela indústria, e talvez nunca exista, já que o mercado de internet muda rapidamente. Por isso, experimentos são feitos periodicamente, para ?não envelhecer?. A unidade também investe em transmissões em novas ferramentas, como os vídeos ao vivo no Facebook e Snapchat.

? Todo mundo está buscando um modelo, no método de tentativa e erro ? diz Moreira. ? A gente tenta mudar o estilo a cada seis meses. A resposta da web é muito rápida, o que funciona agora, daqui a pouco não funciona mais. Mas pelos resultados que estamos tendo, acredito que estamos no caminho certo.